Revista Exame

Negócios em Expansão 2024: 62 empresas que cresceram na categoria 2 a 5 milhões; veja ranking

A Ícone Transportes, de Eunápolis (BA), apostou em serviços personalizados aos clientes

Pablo Cezar Moraes CEO da Ícone Transportes (Leandro Fonseca/Exame)

Pablo Cezar Moraes CEO da Ícone Transportes (Leandro Fonseca/Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.


EMPRESA QUE MAIS CRESCEU

Ícone Transportes: Eunápolis (BA) | Pablo Cezar Moraes: CEO | O que faz: Transporte logístico personalizado para grandes empresas | Receita em 2023: 2,68 milhões de reais | Ritmo de expansão: 1.357,97% | Motivo do crescimento: Apostou em serviços personalizados a grandes clientes, como entregas com emissão reduzida de carbono


A empresa é um dos organismos mais frágeis do Brasil. Só 10% dos negócios de pequeno e médio porte conseguem superar a barreira dos três anos e meio de vida no país, segundo o Global Entrepreneurship Monitor, uma pesquisa global sobre empreendedorismo cuja edição brasileira é feita pelo Sebrae. Diante de tanta mortalidade, vale prestar atenção às lições dos negócios capazes de driblar a estatística.

É o caso da baiana Ícone Transportes, fundada em 2020 por Pablo Cezar Moraes, um profissional de logística calejado pelo trabalho em grandes empresas, como a cervejaria Ambev. Em 2023, a receita da empresa de Eunápolis, no sul do estado, cresceu 1.358%, para 2,68 milhões de reais. O ritmo fez dela a recordista em crescimento na categoria de empresas de 2 milhões a 5 milhões de reais.

“Vi uma oportunidade de atender grandes empresas de forma especializada nas regiões Norte e Nordeste”, diz ele.

Na prática, isso significa levar para as duas regiões o mesmo padrão de exigência dos clientes do eixo Rio-São Paulo. Um exemplo é a agenda ESG.“Desenvolvemos uma frota elétrica a pedido de um cliente que queria reduzir a emissão de carbono nas entregas”, diz ele.

O foco em grandes empresas atraiu para a Ícone clientes como a indústria de papel e celulose -Suzano e a de alimentos Seara.

A aposta numa tecnologia inovadora costuma ser uma boa maneira de blindar o crescimento de uma empresa. Esse foi um guia para o catarinense Rodrigo Pedroso ao montar a ClickSuper, um aplicativo fundado em 2019 para rastrear os preços de 20 supermercados de Florianópolis.

Na ocasião, ele tinha 22 anos. “Comecei sozinho, com apoio da minha família, num projeto piloto do que viria a ser a ClickSuper”, diz ele, pioneiro no olhar dedicado à dinâmica de preços entre supermercados. Com o passar do tempo, o aplicativo ganhou volume.

Hoje, ele tem dados de mais de 10.000 estabelecimentos no Brasil, de pequenas farmácias a grandes varejistas. No início a receita vinha de anúncios no aplicativo para consumidores finais que usavam a ferramenta para mapear a economia.

Em 2023, ele criou uma plataforma para clientes corporativos, em geral outros varejistas e indústrias. O novo serviço colaborou para uma expansão de 937% na receita no ano passado, para 2,13 milhões de reais. O desempenho garantiu à ClickSuper o segundo lugar entre as empresas de 2 milhões a 5 milhões de reais com maior crescimento em 2023.

Júlia Vergueiro, da Nossa Arena: “A Copa do Mundo de 2014 atraiu patrocinadores para meu time de futebol e pela primeira vez olhei para o esporte como sustento” (Leandro Fonseca/Exame)

Em busca de um sonho

O foco no interesse crescente dos brasileiros por alimentos com pegada sustentável explica o bom momento da Mahta, de São Paulo. A empresa foi fundada em 2020 para vender shakes e cafés com ingredientes da Amazônia conhecidos pelas propriedades revigorantes, como o guaraná. No ano passado, a Mahta faturou 3,1 milhões de reais, alta de 738%. No período, a empresa ampliou os pontos de venda, até então concentrados num e-commerce próprio.

Hoje, é possível encontrar os produtos da Mahta em lojas de suplementos naturais dos grandes centros, um canal que deve ganhar mais relevância para a empresa neste ano. “Entregamos o que há de melhor em termos de pureza”, diz o fundador Max Petrucci.

Na conta da sobrevivência de um negócio está também o prazer de quem investe tempo e energia nesse sonho. A paulistana Júlia Vergueiro, por exemplo, transformou um hobby em negócio. Em 2021, ela fundou a Nossa Arena, um espaço para mulheres e membros da comunidade LGBTI+ jogarem futebol. O jogo é uma paixão de Júlia, titular de um time de mulheres chamado Pelado Real.

“A Copa do Mundo de 2014 atraiu patrocinadores para meu time de futebol e pela primeira vez olhei para o esporte como sustento”, diz ela.

Um ano após a fundação, a Nossa Arena já operava com lotação máxima. No ano passado, a inauguração de quadras de areia permitiu diversificar a receita. Hoje, além do aluguel das quadras, é possível fazer aulas e realizar eventos nos espaços da Nossa Arena, que faturou 2,2 milhões de reais no ano passado, alta anual de 235%. 

Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking aqui.

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