(Instagram/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 09h57.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 15h36.
Uma série de jogadores brasileiros atuando no futebol da Ucrânia segue no país em meio ao conflito com a Rússia, que chegou a seu ápice na madrugada desta quinta-feira, 24, com a invasão da capital Kiev pela Rússia.
Mais cedo, jogadores que atuam no Shakhtar Donestk e no Dínamo de Kiev, principal destino dos atletas brasileiros no país, postaram um vídeo afirmando que estão presos em um hotel na capital Kiev e pediram apoio do governo brasileiro.
Nas imagens, o ex-santista Junior Moraes afirma que os jogadores se reuniram no hotel com crianças e esposas, e que fronteiras e espaço aéreo estão fechados. Moraes também é naturalizado ucraniano e joga pela seleção do país.
"Espero que a embaixada possa nos ajudar", diz no vídeo. Uma das esposas dos jogadores afirma que "nos sentimos realmente abandonados, as notícias não chegam até nós".
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Ao todo, segundo a embaixada do Brasil, cerca de 500 brasileiros vivem na Ucrânia, parte deles jogadores de futebol e suas famílias, além de outros profissionais em multinacionais e tecnologia.
O Shakhtar tem atualmente 13 atletas brasileiros, o clube com mais jogadores do país. Além de Júnior Moraes, estão no time nomes como Pedrinho (ex-Corinthians), David Neres (ex-São Paulo), Alan Patrick (ex-Santos), Marlon (ex-Fluminense), entre outros.
Mais de uma dezena de atletas estão ainda espalhados por Dínamo, Zorya Luhansk, Metalist e outros clubes do país.
O campeonato ucraniano foi oficialmente suspenso nesta quinta-feira, após a invasão russa. Antes disso, jogos chegaram a ser paralisados e alguns clubes foram para período de treinos e pré-temporada no exterior. Alguns clubes já haviam liberado seus atletas, mas não foi o caso de Shakhtar e Dínamo, onde as atividades permaneciam.
O jogador brasileiro Dentinho, que atuava no Shakhtar desde 2011, teve seu contrato finalizado em novembro e voltou ao Brasil antes do conflito.
Em postagem em seu Instagram, o atleta pediu aos brasileiros que "rezem pela Ucrânia". Dentinho atuava no Shakhtar desde que deixou o Corinthians, onde se projetou para o futebol brasileiro.
A esposa de Dentinho, a modelo também brasileira Dani Souza, também já voltou ao Brasil.
"Gente, tem muitos brasileiros ainda na Ucrânia. Como ele pode fazer isso com a Ucrânia. Essas pessoas não merecem isso. Esse povo já é sofrido. Me Deus. Vamos orar por essas pessoas na Ucrânia", escreveu Dani.
"A gente sempre soube que ele poderia atacar e tomar a cidade em uma semana. Saímos da Ucrânia, mas nossos amigos e todos que conhecemos estão na cidade. Esse horror acontece desde que invadiram Donetsk", disse a modelo.
Donestk, onde atua parte dos jogadores, é desde 2014 um dos centros do conflito. O território, ao lado de Luhansk, exige independência em relação à Ucrânia e tem apoio dos russos, após a Crimeia, outro território ucraniano, ter sido anexado por Moscou no mesmo ano. Mais de 14.000 pessoas morreram desde 2014 na guerra civil na região, que fica no leste da Ucrânia.
Assim como outros times locais, o Shakhtar já não atuava em sua cidade natal desde então, devido aos conflitos - seu estádio, a Arena Donbas, chegou a ser bombardeado. O time vinha baseando as atividades na capital Kiev.
Nesta semana, o conflito entre Rússia e Ucrânia escalou depois que o presidente russo Vladimir Putin reconheceu a independência de Donetsk e Luhansk e enviou tropas para a região. Agora, nesta quinta-feira, ataques foram feitos diretamente à capital Kiev, o que é considerada de vez uma invasão por parte da Rússia.