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Preso por estelionato: Saiba quem é Nego Di e quais são as investigações que o cercam no momento

Comediante é alvo de polêmicas nas redes sociais e também é investigado por esquema de lavagem de dinheiro

Nego Di: humorista é preso por estelionato (Instagram/Reprodução)

Nego Di: humorista é preso por estelionato (Instagram/Reprodução)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de julho de 2024 às 14h39.

Última atualização em 14 de julho de 2024 às 14h43.

O humorista Nego Di foi preso por estelionato na manhã deste domingo, após denúncias indicarem que ele teria participado de um esquema de venda online irregular. Os produtos eram ofertados pela loja virtual Tadizuera, mas nunca foram entregues a cerca de 370 compradores. Alvo de uma segunda operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul nesta semana, o influenciador também é acusado de lavagem de dinheiro por promoção de rifas virtuais.

Quem é Nego Di?

O comediante ganhou projeção nacional após sua polêmica passagem pelo reality show Big Brother Brasil em 2021, quando foi eliminado, na terceira semana de confinamento, com 98,76% dos votos do público. Até hoje, ele é o segundo participante mais rejeitado na história da atração televisiva, atrás apenas de Karol Conká, que saiu do programa, na mesma edição, com 99,17% dos votos.

O ex-BBB já também se envolveu em episódios controversos ao longo dos últimos anos. Assim que entrou no BBB 21, ele avisou aos colegas que se considerava um "homem machista, racista, homofóbico e gordofóbico", mas que vinha tentando mudar a própria postura.

Pouco antes de entrar no reality show, em uma live nas redes sociais, ele gerou revolta ao minimizar a fala de um influenciador digital que havia sido criticado por suposta apologia ao estupro.

Em 2022, propagou falas transfóbicas contra Linn da Quebrada, participante do BBB 22. No ano seguinte, após se tornar alvo de um processo movido por Jojo Todynho, foi obrigado a excluir um vídeo em que dizia a cantora "parecia ter engolido todo mundo", ao comentar sobre o corpo dela.

Acusação de lavagem de dinheiro

Desde que saiu do reality show, Nego Di começou a promover os rifas em suas redes sociais. Como chamariz, ele anunciava que "quem comprasse mais números" ganharia o prêmio. Um dos sorteios que acendeu o alerta do Ministério Público do Rio Grande do Sul foi o de um Porsche.

Nas redes, o influenciador dizia que o carro podia ser do comprador "por apenas 99 centavos". Com a divulgação, ele incentivava o público a comprar a maior quantidade possível de bilhetes. No entanto, pela legislação brasileira, a venda de rifas é ilegal, a não ser que promovida por entidades beneficentes, autorizada pelo Ministério da Fazenda.

Ainda segundo o MP, o influenciador usava contas da esposa, de parentes e de empresas em nome do casal para receber o dinheiro das rifas. A investigação também concluiu que, com os valores arrecadados, o casal comprou dois carros, avaliados em R$630 mil. Ainda não se sabe se os veículos foram sorteados.

Ao G1, o promotor de Justiça da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, Flávio Duarte, disse que o esquema caracterizava lavagem de dinheiro e que todos os valores arrecadados com as rifas são ilícitos.

— Esses valores ingressavam inicialmente na conta de uma terceira pessoa, depois eventualmente retornavam para uma empresa e somente depois que já estavam incorporados na empresa, dando uma aparência de lícito e, ao mesmo tempo se distanciando daquele valor que se sabia que era ilegal, oriundo de uma contraversão penal, ele adquiriu os bens. Todo esse mecanismo, toda essa dissimulação, esse distanciamento da origem delituosa configura o crime de lavagem de dinheiro.

Durante uma operação do MP nesta sexta-feira, a esposa de Nego Di, Gabriela Sousa, foi presa, mas depois liberada sob pagamento de fiança de R$14 mil, em Santa Catarina. Além disso, dois carros de luxo e uma arma de uso restrito das Forças Armadas que estava sem registro foram apreendidos. A defesa do casal disse, naquele momento, que não tinha acesso ao conteúdo do inquérito, mas que a inocência deles seria provada.

Prisão por estelionato

Preso neste domingo, o humorista também é investigado por estelionato ao integrar um esquema de venda de produtos online a preços abaixo do mercado, mas que nunca foram entregues aos consumidores. A investigação estima que cerca de 370 consumidores foram lesados pela loja virtual Tadizuera.

De acordo com a investigação, a empresa não possuia o estoque dos produtos listados online. No entanto, Nego prometia que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não isso não aconteceria. Ainda assim, ele teria movimentado cerca de R$ 5 milhões que entravam nas contas bancárias da empresa.

O sócio de Nego Di, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em fevereiro de 2023, mas foi solto dias depois.

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