"John Wick 4: Baba Yaga" estreia hoje nos cinemas, veja o que esperar (Lionsgate/ Paris Filmes/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 23 de março de 2023 às 15h36.
Última atualização em 23 de março de 2023 às 22h00.
Prepare o coração e suas pistolas, um dos maiores assassinos da Cúpula está de volta às telas, em busca de sua aposentadoria. John Wick 4: Baba Yaga, o último filme da franquia, estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 23, e traz um Keanu Reeves ainda mais imparável do que em todos os demais longas-metragens da história.
Se desde 2014 o público havia se acostumado a vincular o rosto de Reeves à John Wick, agora, mais do que nunca, essa associação está clara: no quarto filme, o papel o vestiu tão bem quanto os elegantes ternos que ele usa em todos os três filmes da franquia. A produção também evidencia o amadurecimento do personagem em uma fotografia impecável para o gênero de ação, o que torna tudo sobre o Baba Yaga ainda mais interessante.
Com quase 3 horas de duração, dirigido por Chad Stahelski e distribuído pela Lionsgate, via Paris Filmes, John Wick 4: Baba Yaga é o final de toda uma franquia de ação que mistura humor, coreografias e uma envolvente trilha sonora com os "clichês" do gênero. No Rotten Tomatoes, o filme aparece com 94% de aprovação, ao passo que o IMDb o classifica com a nota de 8,7.
A EXAME Pop assistiu ao filme e te traz uma visão de público comum para saber se vale a pena ou não investir na bilheteria. Confira:
Para um filme de ação como o de John Wick — que realmente não se leva tão a sério dentro do próprio gênero —, a duração de quase 3 horas pode assustar. De fato, o filme é mais longo, mas conta também com uma excelente base de sustentação: a fotografia.
Não que os demais filmes da franquia pecassem nesse aspecto, mas o capítulo 4 da produção da Lionsgate realmente se superou. São quase 3 horas de ação ininterruptas, sim, com muito "tiro, porrada e bomba", mas balanceadas por cenas aéreas fantásticas, uma composição de cores vibrantes e um enquadramento nos cenários mais bonitos da Europa — em especial Paris e Alemanha.
A atenção à fotografia é muito bem-vinda para a atuação de Keanu Reeves justamente porque ela direciona as ações do personagem, mas também porque dita o ritmo do filme. Se a "pancadaria" é intensa e confusa, Reeves cai no chão, corre ou se esconde, o enquadramento se adapta para que o público compreenda tudo o que está acontecendo na cena, em um perfeito caos organizado.
Marca registrada da Paris Filmes, uma das cenas mais icônicas do longa é justamente no Arco do Triunfo, que direciona a grandiosidade do filme em um momento crucial da produção. E mesmo com uma movimentação brusca de câmera, carros, motos e caos, todo o enquadramento é muito bonito de se assistir.
Outro ponto que está bastante equilibrado dentro do filme é o humor. A franquia do John Wick sempre se caracterizou como humorística, apesar de toda a ação envolvida. Ainda que o capítulo 4 tenha uma atmosfera mais taciturna, há várias cenas mais engraçadas que quebram um pouco da dinâmica depressiva (e até mesmo exaustiva) do personagem de Reeves.
Boa parte desse humor está bastante relacionada aos demais personagens que o acompanham na trajetória. O novo vilão do filme, o Marquês de Gramont, faz parte desse grupo: invoca o clichê dos antagonistas com frases prontas, impiedoso, ambicioso e basicamente intocável, mas covarde até o último fio de cabelo. Afinal, não é à toa que John Wick é conhecido, na trama, como Baba Yaga — o bicho-papão da Rússia.
E claro, não é só nos personagens secundários que mora a comédia. Algumas cenas de luta de Reeves também trazem esse divertimento, especialmente da segunda metade do filme em diante.
Embora todo o filme seja uma explosão de neon, tiros e cenas de ação intermináveis, o longa-metragem trabalha bem o equilíbrio entre as cenas de ação (mais longas do que o comum) e os momentos de calmaria. Intencionalmente ou não, essa dinâmica de John Wick mostra uma evolução pessoal do personagem, o peso de toda a trajetória e de — literalmente — toda a pancadaria que ele apanha em todos esses anos.
Assinatura da franquia, as cenas de ação impossíveis continuam: seja o terno "à prova de balas", os vários tiros, as quedas impossíveis e a sobrevivência a tudo isso, John Wick contiua sendo John Wick, no âmago de sua essência. Só que desta vez, aparece mais cansado e sem propósito do que nas outras produções.
O público da franquia é bastante específico, John Wick é para quem curte ver tiro e porrada no cinema. O filme, ainda que tenha uma longa duração e um enredo desprovido de propósito, cumpre tudo aquilo que promete: 3 horas de pancadaria intensas, protagonizadas por Keanu Reeves em um de seus papéis mais desafiadores.
A EXAME Pop recomenda a bilheteria de John Wick 4: Baba Yaga, um adeus à franquia bilionária que mudou a forma de produzir filmes de ação.
O filme está disponível nos cinemas de todo o Brasil a partir dessa quinta-feira, 23.
Aos apressados de plantão, cuidado: o filme tem uma cena pós-créditos, depois de todos os letreiros.