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Constelação familiar: o que é a técnica que motivou nova tatuagem de Anitta

Abordagem terapêutica desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger e tenta identificar e resolver conflitos familiares que afetam a vida do indíviduo; técnica não tem respaldo científico

Anitta: 'as estrelinhas significam a constelação familiar', diz a cantora sobre nova tatuagem (Patricia J. Garcinuno/Getty Images)

Anitta: 'as estrelinhas significam a constelação familiar', diz a cantora sobre nova tatuagem (Patricia J. Garcinuno/Getty Images)

Publicado em 7 de julho de 2024 às 14h45.

Última atualização em 8 de julho de 2024 às 13h11.

A cantora Anitta surpreendeu os fãs  e gerou polêmica ao revelar sua mais nova tatuagem, um desenho que representa o conceito de constelação familiar.

A tatuagem reproduz a silhueta de três pessoas, sendo que a do meio tem o desenho de um coração vermelho no centro, e um semicírculo de estrelas embaixo.

"Nesse símbolo, como se fosse uma árvore genealógica, sou eu no meio, o bonequinho com o coraçãozinho que significa que eu tenho sempre a força do amor dentro de mim. E aí de um lado fica o pai, de outro lado a mãe e as estrelinhas significam a constelação familiar, os outros integrantes da minha família", disse nas redes sociais.

Tatuagem feita por Anitta (Reprodução / Instagram)

O que é constelação familiar e por que o tema gera tanta polêmica?

Constelação familiar é uma abordagem terapêutica desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger (1925-2019). O método tem como objetivo identificar e resolver conflitos familiares que podem estar afetando a vida de uma pessoa. Esses conflitos, segundo a teoria, podem ser gerados por traumas e padrões emocionais que se repetem ao longo das gerações. Não tem, porém, respaldo científico e é alvo de críticas por psicólogos.

A prática consiste em sessões conduzidas por um terapeuta, onde os participantes representam membros da família do cliente. Esses representantes são posicionados de acordo com suas percepções e sensações, formando uma "constelação" que revela as dinâmicas ocultas e os problemas não resolvidos dentro da família.

A constelação familiar se baseia na ideia de que todos estamos conectados a nossos ancestrais e que os eventos passados influenciam nosso presente. Ao identificar e resolver esses padrões, a teoria sugere que é possível trazer mais harmonia e equilíbrio para a vida da pessoa.

A teoria é regida pelas três "Leis do Amor": a Lei da Hierarquia, a Lei do Pertencimento e a Lei do Equilíbrio. Essas leis têm sido criticadas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) por diversas razões, desde reforço às estruturas patriarcais de família até ao risco de neutralizar desigualdade de gêneros.

A popularidade da constelação familiar

Nos últimos anos, a constelação familiar tem ganhado destaque como uma ferramenta eficaz de autoconhecimento e resolução de problemas emocionais. Muitas pessoas relatam mudanças significativas em suas vidas após participarem de sessões de constelação familiar, afirmando que o método ajudou a melhorar suas relações interpessoais e a compreensão de si mesmas.

Esse aumento na popularidade pode ser atribuído à busca crescente por métodos alternativos de terapia que abordem não apenas os sintomas, mas também as causas profundas dos problemas.

Críticas à terapia de constelação familiar

Embora a constelação familiar tenha ganhado popularidade, ela também é alvo de críticas e controvérsias. Uma das principais críticas está relacionada à falta de embasamento científico robusto que comprove a eficácia do método. Muitos profissionais de saúde mental argumentam que os resultados relatados são, em grande parte, anecdóticos e não há estudos suficientes que validem a prática de maneira consistente.

Outra crítica comum é sobre a maneira como as sessões são conduzidas. Algumas pessoas acreditam que as dramatizações e representações simbólicas podem ser vistas como excessivamente teatrais e não necessariamente eficazes em tratar problemas psicológicos complexos. Há também preocupações de que a constelação familiar possa reabrir traumas passados sem oferecer um suporte adequado, potencialmente causando mais danos do que benefícios.

Adicionalmente, a teoria de que traumas e padrões emocionais são herdados de gerações anteriores não é amplamente aceita na comunidade científica. Críticos apontam que essa abordagem pode simplificar excessivamente problemas psicológicos profundos, ignorando outros fatores importantes como a biologia e o ambiente atual do indivíduo.

Discussões no CNJ sobre constelação familiar

O tema da constelação familiar foi discutido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), especialmente no contexto de sua aplicação em processos judiciais. Desde 2016, o CNJ tem promovido a utilização de práticas integrativas e complementares em tribunais de família, incluindo a constelação familiar. O objetivo é buscar soluções pacíficas e harmoniosas para conflitos familiares, indo além das abordagens tradicionais.

A prática tem sido aplicada em diversas varas de família no Brasil, onde juízes e profissionais do direito utilizam a constelação familiar como uma ferramenta para mediar disputas e promover a reconciliação entre as partes. O método é visto como uma forma de humanizar o sistema de justiça e oferecer uma abordagem mais holística para a resolução de conflitos.

No entanto, essa iniciativa também enfrenta críticas. Alguns juristas e psicólogos questionam a eficácia e a pertinência de utilizar uma técnica não comprovada cientificamente em um ambiente judicial. Há preocupações de que a constelação familiar possa influenciar indevidamente as decisões judiciais ou que sua aplicação possa ser vista como uma imposição de uma abordagem terapêutica sobre os indivíduos envolvidos nos processos.

*Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado por nossa equipe editorial.

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