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Cientistas 'revivem' árvore bíblica de mil anos a partir de rara semente achada em caverna

Plantas são encontradas principalmente em regiões áridas da África e da Península Arábica

arvore (Flickr/ Subflux/Divulgação)
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 15h59.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 16h10.

Uma equipe de cientistas conseguiu trazer de volta à vida uma espécie de planta milenar, cuja semente foi descoberta em uma caverna no deserto da Judeia nos anos 1980. Após 14 anos de cultivo, a árvore atingiu quase 3 metros de altura e pôde ser finalmente analisada pelos especialistas.

De acordo com um estudo publicado em 10 de setembro na revista Communications Biology, os pesquisadores sugerem que a planta, batizada de "Sheba", pode ter sido mencionada na Bíblia por causa de suas propriedades medicinais.

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A árvore foi identificada como pertencente ao gênero Commiphora sp., da família Burseraceae, que inclui cerca de 200 espécies. Essas plantas são encontradas principalmente em regiões áridas da África e da Península Arábica e são valorizadas por suas resinas aromáticas, utilizadas em contextos etnobotânicos.

A datação por carbono indicou que a semente que deu origem a Sheba tem entre 993 e 1202 anos. O sequenciamento de DNA e a análise filogenética confirmaram que a planta é parente de espécies como C. angolensis, C. neglecta e C. tenuipetiolata.

Inicialmente, os cientistas acreditavam que Sheba pudesse ser o famoso “Bálsamo da Judeia”, uma planta conhecida por seu perfume e mencionada em textos da antiguidade grega e romana. Mas, essa hipótese foi descartada, pois Sheba não produz compostos aromáticos.

Outra teoria é que a planta seja a fonte do “tsori” bíblico, uma resina vegetal associada à cura em textos do Gênesis, Jeremias e Ezequiel.

Análises químicas revelaram que as folhas e a resina da árvore são ricas em triterpenoides pentacíclicos e esqualeno, compostos que têm propriedades curativas, sendo conhecidos por sua ação anti-inflamatória, antibacteriana e anticancerígena, conforme relatado pelo portal IFLScience.

Outro ponto investigado foi como a semente de Sheba foi parar na caverna onde foi descoberta. Duas hipóteses estão em análise: a de que foi levada por um animal ou guardada por humanos.

Há a possibilidade de que as sementes tenham sido armazenadas por pessoas. Na época, o Bálsamo da Judeia já havia desaparecido da região, e a área passava por dificuldades econômicas e instabilidade. Escavações anteriores revelaram que cavernas locais eram usadas como esconderijos para objetos de valor.

Os pesquisadores consideram que Sheba pode ter sido considerada uma planta valiosa e, por isso, foi armazenada na caverna, especialmente por ser uma espécie nativa associada ao comércio. Mas, a teoria de que a semente foi levada por um animal é mais forte, uma vez que não há outros vestígios humanos no local onde a semente foi encontrada. Mais estudos são necessários para identificar outros compostos na árvore e confirmar sua identidade definitiva.

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