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Cientistas recebem quase R$ 80 milhões para ‘ressuscitar mamutes’

Empresa de biociência e genética pretende recriar o mamute-lanoso, espécie extinta há 4.000 anos

Mamutes de volta? Conceito de desextinção divide opiniões (Flickr/Flying Puffin/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 14h47.

É possível 'ressuscitar' animais extintos? A Colossal, empresa de biociência e genética, recebeu um investimento de 15 milhões de dólares (cerca de 78 milhões de reais) para pesquisa em edição de genes. Entre os objetivos está a tarefa de recriar os mamutes , que foram extintos há milhares de anos, e reinseri-los na Tundra Ártica.

"A Colossal lançará um modelo prático e eficaz de desextinção e será a primeira empresa a aplicar técnicas avançadas de modificação genética para reintegrar o mamute-lanoso à tundra do Ártico", informou a empresa que pretende recuperar o mamute-lanoso, espécie extinta há 4.000 anos.

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Os avanços na genética podem fazer a ressurreição de animais extintos uma possibilidade real. Hoje em dia, cientistas já clonaram animais e podem sequenciar DNA extraído de ossos e carcaças de animais daqueles que deixaram de existir.

Como "ressuscitar animais"

Criada pelo empresário Ben Lamm e o geneticista George Church, a Colossal tentará inserir sequências de DNA de mamutes-lanosos (obtidas a partir de restos preservados na Sibéria) no genoma de elefantes asiáticos, a fim de criar uma espécie híbrida. O DNA do elefante asiático e o do mamute-lanoso são 99,6% semelhantes, afima a empresa em seu site.

A criação dos animais híbridos e a sua reintrodução na tundra deverá permitir “restaurar ecossistemas desaparecidos, que poderiam ajudar a frear, ou mesmo a reverter, os efeitos das mudanças climáticas", prevê a Colossal.

O mamute-lanoso modificado poderia "dar nova vida às pradarias do Ártico", uma vez que capturam dióxido de carbono e eliminam metano, dois gases do efeito estufa, informou a empresa.

Críticas

A desextinção, conceito de criar um animal semelhante a uma espécie extinta, por meio da genética, não é uma unanimidade entre a comunidade científica. Alguns pesquisadores duvidam da sua viabilidade ou se preocupam com os riscos de sua aplicação.

“Muitos problemas surgirão desse processo", antecipou a bióloga Beth Shapiro ao "New York Times". "Isso não é uma desextinção. Nunca mais haverá mamutes na Terra. Se funcionar, será um elefante quimérico, um organismo totalmente novo, sintético e geneticamente modificado", tuitou Tori Herridge, bióloga e paleontóloga do Museu de História Natural de Londres.

(*Com informações da AFP)

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