Empresa foi acusada de fazer negócios com confecções que usavam trabalho análogo ao escravo no Brasil (Cameron Spencer/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 08h41.
Nova York - Acusada de fazer negócios com confecções que usavam trabalho análogo ao escravo no Brasil, a marca de roupas espanhola Zara abrirá uma gigantesca loja nesta semana na Quinta Avenida, em Manhattan, considerado um dos endereços mais caros de Nova York.
O imóvel de 3,5 mil metros quadrados foi comprado no ano passado por US$ 324 milhões em uma das mais caras transações comerciais de Manhattan nas últimas décadas. O antigo dono era a NBA, que mantinha uma loja de produtos relacionados à Liga de Basquete dos EUA.
Antes, a Zara possuía uma loja de menor proporção na mesma região da Quinta Avenida, a cerca de cinco quarteirões do Central Park. Um dos objetivos da marca espanhola é usar a nova loja como "a sua imagem internacional", da mesma forma que a da Apple Store, localizada na mesma área, é para a fabricante de iPhones e iPads, segundo Pablo Isla, presidente da Inditex, que é dona do conglomerado do qual a Zara faz parte.
De acordo com o presidente da Inditex, a Zara da Quinta Avenida "faz parte de um novo conceito de loja". Será, segundo a explicação da empresa, "uma série de butiques dentro de uma grande instalação". Telas serão espalhadas pelo espaço que será quase integralmente branco e preto.
Vizinho da rival Uniqlo, o endereço com o número 666 na Quinta Avenida, também faz parte da estratégia de marketing da Zara. A loja produziu um filme homenageando sua filial em Nova York que está sendo exibido no site da empresa.
A Zara pretende inovar com as formas de pagamento. Os clientes poderão adquirir roupas e pagar por telefone celular ou cartões de crédito sem passar por uma máquina - nos EUA, isso é ainda mais inovador do que no Brasil, já que no país máquinas portáteis de cartão de crédito são raridade.
Além da facilidade nos pagamentos, a Zara quer transformar esta loja em modelo para várias outras, como as de Sydney, La Coruña e Lisboa. Mais do que vender produtos, a ideia é tabalhar a imagem da loja nos Estados Unidos, onde muitas compras de roupas entre os jovens são feitas pela internet.
Na Quinta Avenida, o foco será nos turistas. A área de Manhattan é próxima a muitos hotéis e atrações turísticas. Ao mesmo tempo, está distante de regiões mais relacionadas com a moda na cidade, como Soho e Chelsea. No ano passado, no Brasil, foi descoberto que algumas confecções fornecedoras da Zara usavam trabalho escravo, o que abalou a imagem da marca no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.