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Youtubers buscam novos jeitos de falar sobre clima na COP26

Três jovens youtubers com mais de 1,6 milhão de assinantes no mundo percorrem os corredores da COP26 com a ambição de falar sobre a emergência climática de uma maneira diferente

Uma jovem com cartaz durante marcha Fridays For Future em Glasgow. (STÉPHANE ORJOLLET/AFP)

Uma jovem com cartaz durante marcha Fridays For Future em Glasgow. (STÉPHANE ORJOLLET/AFP)

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AFP

Publicado em 7 de novembro de 2021 às 17h55.

Chegando a Glasgow procedentes de Espanha, Alemanha e Índia, três jovens youtubers com mais de 1,6 milhão de assinantes no mundo percorrem os corredores da COP26 com a ambição de falar sobre a emergência climática de uma maneira diferente. 

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A espanhola Carmen Huidobro, 27, estudou Meio Ambiente na universidade. Agora, trabalha no setor e esta já é a terceira conferência da ONU sobre mudanças climáticas da qual participa.

Desde desmontar os mitos sobre as energias renováveis até explicar o impacto da indústria têxtil no aquecimento global, com o "Climabar", canal do YouTube cofundado por ela há um ano, Carmen busca colocar seus conhecimentos ao alcance de todos usando uma linguagem simples, como uma conversa casual entre amigos, enquanto toma uma bebida.

No momento, o canal tem 1.570 assinantes, mas Carmen não tem a intenção de parar por aí.

"Sempre estive envolvida com questões ambientais e percebi que o problema é, justamente, que falamos apenas com gente que já está consciente" do que está acontecendo, explica ela à AFP.

"Percebi que, fora desse círculo, ninguém se importava" com as mudanças climáticas e suas consequências, acrescenta.

Participa de uma transmissão ao vivo para apresentar seu trabalho enquanto, nas ruas, milhares de pessoas se manifestam para exigir mais ações e menos palavras na luta urgente contra o aquecimento global.

"Minha companheira está lá fora", diz, sorrindo, sobre Belén Hinojar, a amiga com quem fundou o Climabar.

Além disso, completa, "todos os tipos de ativismo são necessários e, para mim, estar aqui também é ativismo", acrescenta.

"E nem todo mundo se sente em sintonia com o que está acontecendo lá fora. É preciso se aproximar das pessoas de uma forma que elas se sintam confortáveis e em sintonia. É preciso estender a mão, não se limitar a falar sempre com as mesmas pessoas", insiste.

"Pequena forma de contribuir"

A indiana Sejal Kumar, de 26 anos, também quer conscientizar seu público, muito mais numeroso: 875.000 pessoas seguem-na no Instagram e seu canal no YouTube tem 1,4 milhão de assinantes. E não por razões ambientais. A maioria são garotas interessadas em seus conselhos de moda e beleza.

"Este ano entendi que deveria tentar mudar o que estou tentando dizer e a forma como uso a moda, que tem um enorme impacto ecológico", reconhece.

Convidada pelo YouTube para ir à cidade escocesa de Glasgow, onde a COP26 sobre o clima acontece, ela quer trabalhar em seu compromisso e influenciar suas fãs.

"Procuro as pequenas coisas que posso fazer no meu dia a dia. E, se posso incentivar minhas seguidoras a fazerem o mesmo, é uma pequena forma de contribuir. As pessoas querem saber o que podem fazer", acrescenta.

Declarando-se "muito comprometida com os direitos das mulheres", esta jovem diz querer "aprender cada vez mais sobre a mudança climática".

"Não tenho vergonha de ser novata neste assunto, é precisamente o que procuramos, que quem não é especialista também possa falar" sobre o aquecimento global e suas consequências, defende, após ter participado de várias mesas-redondas, incluindo uma com a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai.

Para "Alicia Joe", uma alemã de 20 anos, cujo canal no YouTube, com mais de 250.000 assinantes, concentra-se em questões sociais, a COP26 "é um bom lugar para aprender" sobre novos temas.

Essa jovem, que trabalha muito a partir dos comentários de seus seguidores, foi especialmente afetada pelas letais enchentes que mataram quase 200 pessoas em seu país em julho e que, segundo um estudo científico, foram agravadas pelos efeitos do aquecimento global.

"Foi muito interessante coletar as histórias dos desabrigados que moravam perto da minha casa. E é uma boa maneira de chamar a atenção", analisa.

Depois de cinco dias na conferência, ela agora quer "divulgar o que aprendi aqui", afirma, após postar seu primeiro vídeo sobre o aquecimento global direto de Glasgow.

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