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Yahoo e Aol se unem e querem competir com Google e Facebook

“Também temos escala e podemos nos ver como gigantes”, afirmou diretor-geral da Oath no Brasil

Sede da Yahoo! (Noah Berger/Bloomberg/Bloomberg)

Karin Salomão

Publicado em 19 de outubro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 19 de outubro de 2017 às 07h00.

São Paulo – Ícones no início da internet, o Yahoo e a Aol se juntaram para criar a Oath, uma plataforma de publicidade digital que visa nada menos que fazer frente a Google e Facebook. A nova empresa é uma subsidiária da Verizon.

O Yahoo é uma produtora de conteúdo (com sites como Yahoo Finance e Yahoo Sports), motor de busca e provedor de e-mail. A Aol é um portal e provedor de internet. A Oath não é nenhuma dessas coisas.

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“Estamos voltados para a publicidade”, afirmou André Izay, diretor-geral da Oath no Brasil, em entrevista exclusiva ao site EXAME. O objetivo é usar todas as plataformas e serviços da companhia para oferecer espaços de publicidade para anunciantes.

O executivo está otimista com o potencial da Oath. Izay afirma que duas plataformas da empresa, os portais Yahoo e MSN, são visitadas por 82% dos brasileiros com acesso à internet pelo menos uma vez por mês.

A empresa afirma que, globalmente, mais de um bilhão de pessoas passa por suas plataformas todos os meses, nos portais de notícias, e-mails, busca e outros. A companhia ainda está presente em 800 mil apps e 2 bilhões de aparelhos celulares através da Flurry, ferramenta que analisa o comportamento de usuários de smartphones.

“Também temos escala e podemos nos ver como gigantes”, afirmou Izay. “Temos uma plataforma relevante para os anunciantes e podemos entrar no mercado com a mesma escala que o Google e Facebook”, disse.

Para Gisele Perasolo Alves, diretora de marketing da Oath, a empresa vai “transformar o mercado publicitário". "Com certeza existe um antes e um depois da Oath”, afirmou.

No entanto, a empresa não divulga dados sobre seu faturamento ou participação de mercado.

Concorrentes de peso

O Google faturou 79,4 bilhões de dólares em publicidade em 2016. O sistema Android, da companhia, está em 2 bilhões de celulares. Outras marcas da empresa já têm mais de um bilhão de usuários: Google Maps, YouTube, Chrome, Gmail, Search, e Google Play.

O Facebook ganhou 26,9 bilhões de dólares com anúncios no ano passado, um aumento de 57%. Mais de 2 bilhões de pessoas passam por produtos de Mark Zuckerberg todos os meses, como Whatsapp, Messenger e Instagram, além do próprio Facebook.

As duas empresas concentram 50% do mercado publicitário digital do mundo e mais de 60% nos Estados Unidos, segundo a Fortune.

No mercado americano, segundo a publicação, nenhuma outra plataforma consegue alcançar mais de 5% de participação. Ainda que a Verizon queira competir com as duas gigantes, ela ainda tem muito para crescer antes de ser uma ameaça.

Ascensão, queda e futuro incerto

Tanto Aol quanto o Yahoo foram empresas ícones no início da internet. No entanto, com o rápido surgimento de novas empresas, perderam parte de sua relevância.

No início do ano passado, o Yahoo passava por um período turbulento. Com prejuízos seguidos, demissões e perda de espaço no mercado, a companhia ainda enfrentou discussões com acionistas.

A empresa, então, se colocou à venda. A Verizon anunciou a aquisição de parte dos ativos do Yahoo em julho do ano passado – as ações que a empresa tinha no Alibaba e a divisão Yahoo Japão não entraram na compra e foram renomeados de Altaba.

Depois da compra, outro pesadelo: um ataque hacker prejudicou 500 milhões de contas. O problema levou a Verizon a pedir um desconto no valor da aquisição. O negócio, no valor inicial de 4,8 bilhões de dólares, foi fechado por 4,48 bilhões de dólares.

A companhia já havia adquirido a Aol, em 2015, por 4,4 bilhões de dólares. Outras empresas também fazem parte do grupo, como a rede social Tumblr, Flickr, Huffpost, TechCrunch e Ryot. O grupo também tem parcerias com a Microsoft para apresentar anúncios nas plataformas da empresa, como Skype, MSN, Xbox, entre outros.

A aquisição do Yahoo foi concluída há 4 meses. Esta semana, a nova marca chegou ao Brasil.

Com quase 9 bilhões de dólares gastos apenas na compra da Aol e Yahoo, a companhia precisa fazer o investimento valer. Com dois concorrentes de peso, é incerto como ela poderá retomar seu lugar ao sol.

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