Maior rede varejista do mundo abriu 19 lojas ao utilizar centenas de milhares de dólares em subornos para conseguir o que leis locais antes proibiam, segundo jornal americano (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 05h31.
Washington - A rede varejista Wal-Mart pode enfrentar grandes multas relacionadas a alegações de suborno em sua subsidiária mexicana, após uma segunda reportagem do New York Times ter dado mais detalhes sobre o caso da suposta conduta de má fé.
Especialistas disseram que a mais recente reportagem, publicada no site do jornal no fim da segunda-feira, é significativa porque parece mostrar como os supostos subornos foram uma parte substancial dos métodos de negócios, mais do que pagamentos de rotina para acelerar aprovações, o que é permitido pela lei dos Estados Unidos.
O jornal informou que a maior rede varejista do mundo abriu 19 lojas ao utilizar centenas de milhares de dólares em subornos para conseguir o que leis locais antes proibiam.
Na segunda-feira, o Wal-Mart disse que as alegações da reportagem foram parte da investigação de pontenciais violações que a companhia começou a conduzir há mais de um ano, mas rejeitou dar mais informações nesta terça-feira.
Em abril, o jornal noticiou que o Wal-Mart havia iniciado uma investigação interna sobre subornos em sua afiliada mexicana Walmex, mas deu a impressão de que muitos desses pagamentos foram utilizados para facilitar processos de aprovações já em andamento.
É difícil prever com exatidão um número sobre qualquer acordo, especialmente porque a investigação dos EUA está no estágio inicial, mas especialistas dizem que ela pode se equiparar a outros casos semelhantes sob o Ato de Prática Internacional de Suborno (FCPA, na sigla em inglês).
No maior caso da FCPA até o momento, a Siemens pagou 800 milhões de dólares para resolver alegações de suborno em 2008. Em outros casos de grande tamanho, a KBR e sua antiga controladora Halliburton pagaram 579 milhões de dólares em 2009, e a BAE Systems pagou 400 milhões de dólares em 2010.
A companhia está cooperando com o Departamento de Justiça e o regulador de mercados Securities and Exchange Commission sobre a questão. O departamento e a SEC não quiseram comentar.