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Walmart começa a vender roupas usadas nos Estados Unidos

Rede lançou um site para roupas de segunda mão. Aumentar a oferta de moda é um desejo antigo do Walmart, que vem alavancando as vendas na quarentena

Walmart: de olho nos millennials com roupas de segunda mão (Walmart/ThredUP/Divulgação)

Walmart: de olho nos millennials com roupas de segunda mão (Walmart/ThredUP/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 28 de maio de 2020 às 11h20.

Última atualização em 28 de maio de 2020 às 13h23.

A rede de supermercados norte-americana Walmart passará a vender roupas usadas. A empresa lançou nesta quinta-feira, 28, um site com roupas femininas de segunda mão, incluindo também acessórios, sapatos e roupas de criança. São 750.000 peças disponíveis, segundo a empresa.

O projeto é uma parceria com a ThredUP, empresa americana especializada em roupas de segunda mão no formato de brechó. A ThredUP tem um modelo em que paga pelas roupas de seus usuários que consegue revender e doa as restantes.

O Walmart afirma que as peças disponíveis para venda foram escolhidas "cuidadosamente" pela ThredUP com base em sua qualidade e condição de uso. O comunicado da empresa afirma que só peças classificadas como "novas" ou "quase novas" estão sendo vendidas.

As vendas serão apenas online, de modo que as roupas não ficarão expostas em corredores das lojas físicas do Walmart como peças novas que a rende já vende. Nos últimos anos, o Walmart intensificou seus esforços para aumentar o sortimento de roupas, e afirma que hoje vende mais de 1.000 marcas, incluindo algumas de mais alto padrão -- para além das camisetas brancas de supermercado.

Os compradores das roupas usadas online, contudo, poderão usar a rede física do Walmart para devolver as peças caso necessário. A rede está oferecendo também frete grátis acima de 35 reais, como já faz com seus outros produtos.

"De Calvin Klein e Nike a Coach e Michael Kors, esta parceria digital fortalece a oferta de moda do Walmart com marcas novas a preços maravilhosos que seus consumidores vão amar", disse o diretor de produtos da ThredUP, Jenn Volk, no comunicado anunciando a parceria.

O Walmart escreve ainda que "nós sabemos que consumidores, especialmente os millennials, estão interessados em comprar roupas de segunda mão". Um estudo da própria ThredUP lançado neste ano mostra que 70% dos consumidores entrevistados ou já compraram ou estão dispostos a comprar roupas usadas.

Movimentos como uma busca por consumo mais sustentável por parte das novas gerações podem intensificar a procura por itens de segunda mão. A recessão global, que também deve atingir em cheio os Estados Unidos, também é um dos fatores que pode ajudar a aposta do Walmart, com a oferta de produtos de qualidade e marcas renomadas a preços mais baratos. No Brasil, durante a crise nos anos de 2015 e 2016, o consumo de produtos usados também teve alta em diversos segmentos, de roupas a carros.

"Essa parceria é nosso mais recente movimento para estabelecer o Walmart.com como um destino para moda e para oferecer aos clientes itens de segunda mão que eles talvez estivessem procurando. Acreditamos que eles vão ficar surpresos e encantados com o que encontrarem", escreve o Walmart.

Walmart

Walmart: 235.000 contratações mesmo em meio à pandemia (Justin Sullivan / Equipe/Getty Images)

Bons ventos no Walmart

Para além do segmento de moda, o Walmart vem vivendo semanas de ouro durante a pandemia. A empresa ampliou sobremaneira sua frente de comércio eletrônico. Enquanto o número de demissões vem subindo nos Estados Unidos, a empresa contratou 235.000 pessoas.

No primeiro trimestre, entre janeiro e março, as vendas online cresceram 74%, refletindo justamente o início do surto do coronavírus nos Estados Unidos. 

Ao contrário de rivais como a Amazon, o Walmart tem uma rede extensa de 5.000 lojas físicas no país. As vendas em mesmas lojas cresceram 10%. Isso permite a oferta de diversas opções de entrega, como retirada em loja ou delivery. Os supermercados também podem servir como pequenos centros de distribuição para as compras feitas pela internet.

“Nossa estratégia multicanal, permitindo que os consumidores comprem de formas flexíveis e sem fricção, está construída para servir às necessidades dos consumidores durante essa crise e no futuro”, disse o presidente Doug McMillon em comunicado. 

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