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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h58.
Não é difícil entender por que a Volvo é a melhor empresa para se trabalhar no Brasil. Instalada na capital paranaense, a grande campeã deste ano exibe uma gestão de fazer inveja a profissionais que estão do lado de fora. Não é à toa que chovem currículos e visitas de interessados em aprender um pouco do que já foi realizado na prática e que, sem dúvida, deu certo. "Até gente que não conheço me procura para deixar o currículo, quando descobre que eu trabalho aqui", diz um funcionário. Referência em tudo que envolve gestão de pessoas - do desenvolvimento à qualidade de vida -, é muito fácil entender por que a fabricante de chassis de ônibus, caminhões, motores e cabines saltou da quinta para a primeira posição no Guia em apenas um ano. Com políticas globais, a forma de conduzir os negócios (e as pessoas) não depende da boa vontade de seus dirigentes. O presidente no Brasil, o sueco Tommy Svensson, é, sem dúvida, uma figura carismática e mantém com eficiência todas a práticas funcionando e o time alinhado. A gestão na multinacional sueca, no entanto, é maior do que seus líderes. As equipes são autogerenciáveis e a avaliação do clima é acompanhada anualmente pela matriz, em Gotemburgo, segunda maior cidade da Suécia. Assim como na pesquisa interna, a nota do Guia é alta. O índice que revela a identidade e o orgulho de trabalhar na empresa, por exemplo, ganhou nota 97. Boa parte desse elevado grau de satisfação se deve à ótima relação entre líderes e liderados. Um exemplo típico desse entrosamento acontece todas as sextas-feiras, sem exceção. No último dia da semana, no final da tarde, a produção pára e entra em cena uma rodada de pizza, repartida entre chefes e subordinados. "Aqui não existem feitores. Quem não sabe lidar com as pessoas não fica muito tempo", diz um funcionário. A política de relacionamento, chamada Volvo Way, é acompanhada de perto pelo RH. Conhecidos por todos, os conceitos estabelecem claramente os valores mais importantes preservados pela empresa, tendo a ética em primeiro lugar. É comum, por exemplo, encontrar a fábrica vazia simplesmente porque todos foram levados ao Teatro Positivo, o maior de Curitiba, para assistir a uma peça apresentada pelos próprios colaboradores, cujo tema é a ética. A Volvo também abusa das ferramentas de desenvolvimento para formar seus profissionais. Por meio do Plano de Desenvolvimento Pessoal (PDP), cada um pode dizer abertamente em que cargo e área pretende estar daqui a dez anos. Pelo Personal Business Plan (PBP) são definidas metas individuais para cada ano, tudo em consenso com o chefe, e os objetivos são alinhados às metas da empresa. Além do suporte aos funcionários, a Volvo oferece oportunidades. Em 2007, cerca de 27% dos profissionais tiveram promoção lateral - para outras áreas. As chances, porém, não vêm de mão beijada. Há desafios bastante agressivos para conquistar espaços na companhia. Para passar do nível operacional ao técnico, por exemplo, é preciso dominar dois idiomas (o inglês e o espanhol). E, ainda assim, a concorrência é alta - chegando a 20 candidatos para uma vaga. Quem está disposto a se dedicar, no entanto, não vai encontrar barreiras para subir. A Volvo possui programas definidos de aprimoramento, que contam com subsídios de 50% para educação, parcerias com instituições de ensino, como a Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, MBA de gestão de pessoas para líderes e potenciais talentos, e até coaching e mentoring para todos. Para garantir a boa saúde dos funcionários, a empresa oferece uma equipe médica com diferentes especialistas, em tempo integral, além de um excelente plano de saúde e odontológico, auxílio de 70% na compra de medicamentos, óculos de grau e lentes de contato, e programas de combate ao tabagismo e ao estresse. Viu como é fácil entender por que a Volvo está no topo do ranking?
Maior vantagem
Os programas de cidadania são elogiados e incluem uma fundação que mantém 40 crianças para adoção. A comunicação também é bastante eficiente.
Maior desvantagem
Alguns funcionários da empresa reclamam das exigências feitas para o crescimento na carreira e também da grande concorrência interna.
Frase do RH
Ser o guardião das condutas em geral, além de alinhar as políticas de RH às estratégias e objetivos da corporação
Carlos Morassutti, diretor de RH e assuntos corporativos
Nota Final
Índice de Felicidade no Trabalho (IFT)
|
90.6
|
Presença no Guia | |
Sobre a empresa | |
Números de funcionários |
2326.0
|
Número de executivos |
175.0
|
Idade média dos funcionários |
35.0
|
Tempo médio de casa (anos) |
2326.0
|
Homens |
87.0%
|
Mulheres |
13.0%
|
Nota do funcionário
Índice de Qualidade do Ambiente de Trabalho (IQAT)
|
91.6%
|
O que os funcionários dizem | |
Se identificam com a empresa |
97.1%
|
Estão satisfeitos e motivados |
92.2%
|
Acreditam ter desenvolvimento |
88.0%
|
Aprovam seus líderes |
89.4%
|
Nota de empresa
Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas (IQGP)
|
86.0%
|
O que a empresa oferece | |
Estratégia e gestão: |
73.3
|
Liderança: |
76.0
|
Cidadania Empresarial: |
71.1
|
Políticas e práticas: |
66.8
|
• Carreira Profissional: |
86.2
|
• Desenvolvimento: |
36.7
|
• Remuneração e Benefícios: |
54.8
|
• Saúde: |
89.4
|