Negócios

Volkswagen anuncia suspensão de 800 funcionários 7 dias após fim de programa de subsídio a carros

Acordo entre montadora e sindicato dos metalúrgicos prevê layoffs de até cinco meses desde que mantidos os empregos

A suspensão do contrato de trabalho, de acordo com o sindicato, vale apenas para a planta da Volwswagen em Taubaté, e terá início em 1º de agosto (Alexander Koerner / Correspondente/Getty Images)

A suspensão do contrato de trabalho, de acordo com o sindicato, vale apenas para a planta da Volwswagen em Taubaté, e terá início em 1º de agosto (Alexander Koerner / Correspondente/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 17 de julho de 2023 às 17h55.

Última atualização em 17 de julho de 2023 às 18h21.

A Volkswagen comunicou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindimetau) na sexta-feira, 14, que fará um layoff (suspensão de contratos de trabalho) de 800 dos cerca de 3,1 mil funcionários da sua fábrica de Taubaté (SP), cidade a 130 quilômetros de São Paulo.

A decisão, divulgada pelo sindicato nesta segunda, ocorreu uma semana após o fim do programa federal de subsídios a carros populares, que teve 125 mil carros vendidos.

Suspensão

A suspensão do contrato de trabalho, de acordo com o sindicato, vale apenas para a planta da Volwswagen em Taubaté, e terá início em 1º de agosto. O anúncio ocorre no marco de um acordo coletivo que garante a possibilidade de layoffs, desde que mantida a estabilidade dos funcionários da fábrica até 2025. O documento foi assinado em 2020 e renovado no ano passado.

Procurada, a Volkswagen ainda não se manifestou. Uma suspensão anterior, que havia sido anunciada pela marca em junho, foi revogada em meio ao lançamento do programa de descontos para carros por parte do governo Lula.

O programa foi lançado em junho prevendo descontos de R$ 500 milhões para carros, R$ 700 milhões para caminhões (dos quais R$ 100 milhões foram solicitados) e R$ 300 milhões para vans e ônibus (R$ 140 milhões solicitados). Houve, ainda, mais R$ 300 milhões liberados pelo governo federal para carros leves. Esses montantes foram convertidos em créditos tributários às montadoras, o que significa renúncia fiscal.

Para o secretário-geral do Sindicato, Aldrey Candido, o programa federal retardou a decisão das suspensões, mas foi insuficiente. A categoria critica a alta taxa de juro como fator preponderante a justificar a demanda mais fraca por veículos leves.

A planta da Volkswagen em Taubaté foi fundada em 1976 e produz os modelos de entrada da marca, justamente os mais beneficiados pelos descontos do programa de subsídios a veículos.

"Os juros ainda estão muito altos. Uma taxa de 13,75% não viabiliza os financiamentos de veículos, a parcela não cabe no bolso do consumidor, e isso afeta negativamente a demanda", diz Candido

Acompanhe tudo sobre:Volkswagen

Mais de Negócios

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial