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Visa cria tecnologia que pode substituir boleto no comércio eletrônico

Com o boleto, o risco de consumidores esquecerem de pagar até o vencimento é alto - e faz o varejo digital perder receita

Comportamento: maioria (74%) utiliza computador nas compras online. (AndreyPopov/Thinkstock)

Karin Salomão

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 06h54.

A Visa criou uma tecnologia para aumentar a segurança no comércio eletrônico . A empresa de pagamentos quer reduzir o número de compras abandonadas nos carrinhos, fraudes e boletos não pagos e, assim, aumentar as receitas para as empresas de e-commerce.

O comércio eletrônico atingiu faturamento de 23,6 bilhões de reais apenas no primeiro semestre de 2018. Em 2017, foram 47 bilhões de reais, mas esse número poderia ser muito maior.

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Uma pesquisa encomendada pela Visa para a comScore nos EUA em 2015 mostra que 68% dos usuários não completam a transação simplesmente por conta dos processos a serem cumpridos até a efetivação da compra - entre eles, a dificuldade de realizar pagamentos. Com o novo sistema, a Visa espera aumentar a conversão em 20%.

Uma das mudanças significativas é que novos meios de pagamento serão possíveis, como o débito. O débito oferece um risco maior porque o dinheiro sai imediatamente da conta do cliente, ao contrário do crédito, que precisa ser pago apenas na próxima fatura. Por isso, os bancos ainda não se sentem confortáveis para aceitar o meio de pagamento.

Há ainda uma parcela da população, quase 10%, que não têm uma conta bancária ou cartão de crédito internacional. Quem não usa cartão de crédito opta, muitas vezes, por usar o boleto. Em 2016, cartões de crédito representavam 62% dos pagamentos e o boleto bancário representava 9% dos pagamentos, segundo relatório eBit e Webshoppers. No entanto, com o boleto,o risco de consumidores esquecerem de pagar até o vencimento é alto - e faz o varejo digital perder receita.

"A conversão é o grande problema do comércio eletrônico. O cliente desiste porque não encontra o produto que quer, porque o site é confuso, ou até porque não há um meio de pagamento que o atenda", afirma Hugo Costa, diretor executivo da Visa.

O novo sistema aumenta o número de informações do consumidor enviadas do e-commerce para o banco. Atualmente, apenas seis informações passam de um lado para o outro, como dados bancários e valor da compra.

Com a nova tecnologia, mais de 100 campos de informações serão preenchidos, como o produto que está sendo comprado, se é a primeira vez que o cliente acessa aquele site, se o acesso é por um celular e se é a primeira vez que o cliente faz uma compra por aquele dispositivo.

Por meio dessa troca de mensagens, o risco de fraude da transação diminui. Até o fim do ano, a Visa espera alcançar 80% de todas as lojas de comércio eletrônico com o novo protocolo, chamado de 3 DS 2.0.

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