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Pão de Açúcar nega acusações da família Klein

A família Klein, dona de quase metade da ViaVarejo, disse que pode abrir um processo de arbitragem contra a Pão de Açúcar


	Loja do Pão de Açúcar no Brasil: companhia disse que as demonstrações financeiras da ViaVarejo são auditadas pela Ernst&Young
 (Divulgação Casino)

Loja do Pão de Açúcar no Brasil: companhia disse que as demonstrações financeiras da ViaVarejo são auditadas pela Ernst&Young (Divulgação Casino)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 09h01.

São Paulo- O Grupo Pão de Açúcar informou nesta terça-feira que a auditoria KPMG está realizando trabalhos de "escopo específico" nas empresas que formam a ViaVarejo, unidade de eletroeletrônicos e vendas online do maior varejista do país.

Na véspera, a família Klein --dona de quase metade da ViaVarejo-- disse que pode abrir um processo de arbitragem contra a Pão de Açúcar, por inconsistências nos balanços da Globex usados para definição do valor atribuído à empresa no processo de fusão com a Casas Bahia, dos Klein, em 2010.

Em comunicado ao mercado, o Pão de Açúcar não deu detalhes sobre o teor nem os objetivos das análises em andamento pela KPMG envolvendo os números de Globex, Nova Casas Bahia, Nova Pontocom e Indústria de Móveis Bartira --que integram a ViaVarejo.

O Pão de Açúcar disse que as demonstrações financeiras da ViaVarejo são auditadas pela Ernst&Young e que os balanços de junho de 2010, data-base da associação de Globex e Casas Bahia, foram auditadas e tiveram laudo contábil emitido.

O advogado Ivo Waisberg, que representa os Klein, disse à Reuters na segunda-feira que o Pão de Açúcar foi notificado da controvérsia nos balanços por meio de carta que ainda não tinha sido respondida pelo grupo.


Segundo o Pão de Açúcar, a carta dos Klein não menciona inconsistências ou erros nas demonstrações financeiras da Globex.

O Pão de Açúcar --controlado pelo francês Casino-- disse ainda ter contranotificado a família Klein e que adotará "as medidas cabíveis e tomará as decisões pertinentes com base em informações consolidadas no foro e no momento adequado", sem dar mais detalhes.

"O uso de informações preliminares, descontextualizadas, assim como qualquer conclusão ou especulação a seu respeito é inconsequente, precipitada, distorcida e danosa", disse o Pão de Açúcar no comunicado assinado por seu diretor de Relações com Investidores, Vitor Fagá.

Ainda conforme o Pão de Açúcar, a associação que criou a ViaVarejo é "irretratável do ponto de vista legal", inclusive suas características de controle.

Em dezembro de 2009, o então controlador do Pão de Açúcar Abilio Diniz e a família Klein anunciaram acordo para uma associação envolvendo a Globex (dona do Ponto Frio) e Casas Bahia. Pouco tempo depois, o negócio foi paralisado com os Klein tentando obter condições mais favoráveis. A fusão foi retomada no meio de 2010, mas a relação entre os sócios ficou estremecida.

Em maio deste ano, um importante executivo do Pão de Açúcar disse à Reuters que a ViaVarejo era um negócio casado à operação de alimentos, e que era difícil dizer se poderia ser mantido sozinho.

Na ocasião, os Klein enviaram carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostrando preocupação com as declarações do executivo do Pão de Açúcar. Segundo os Klein, as afirmações "colocaram em dúvida a capacidade da ViaVarejo de sobreviver de forma isolada no mercado, sem o apoio de sua controladora".

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