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Via Varejo testa novo modelo de entrega para economizar no frete

No primeiro mês, o serviço não terá nenhum custo adicional para os clientes que comprarem nos sites da Casas Bahia, Pontofrio e Extra

 (Via Varejo/Divulgação)

(Via Varejo/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 18 de janeiro de 2018 às 16h52.

São Paulo – Frete grátis é uma das frases mais atraentes para um consumidor ao fazer compras on-line. Para a varejista, no entanto, pode representar um grande custo na sua operação. Por isso, companhias estão buscando alternativas para entregar os produtos ao cliente rapidamente, com o menor custo possível.

Uma delas é dar ao cliente a opção de retirar a compra na própria loja, ao invés de recebê-la em casa. Ao entregar produtos diretamente na loja, ao invés de na casa do cliente, o custo de transporte e logística diminui e, assim, o cliente não precisa pagar pelo frete.

Na Via Varejo, dona da Casas Bahia e Pontofrio, o Retira Loja já é responsável pelas entregas de 28% dos produtos elegíveis comprados pela internet. Para atender melhor a demanda por esse tipo de entrega, as lojas precisaram ser reformuladas e as 70 lojas que serão inauguradas em 2018 já contarão com a nova configuração.

Mas a empresa decidiu ir além. A partir desta semana, ela também oferecerá a opção de retirar os produtos em agências do Correio e em armários, espalhados em postos de gasolina. As opções são válidas para compras no site da Casas Bahia, Pontofrio e Extra. No primeiro mês, o serviço não terá nenhum custo adicional para os clientes e, a partir do segundo mês, haverá uma taxa de conveniência.

Com prazo de entrega de sete dias, 43 agências dos Correios, em 11 Estados, já estão cadastradas para receberem as compras feitas pela internet, com previsão de ser ampliado para mais filiais nos próximos meses

Já no caso dos armários, eles estão em postos de gasolina Ipiranga em São Paulo, nos bairros Paraíso, Itaim Bibi, Jardim Paulista e Moema. O consumidor recebe um código QR pelo seu celular, que destranca o armário. Os armários são operados pela Total Express.

Para a empresa, o custo de entrega nesses lugares estabelecidos é menor que na casa do consumidor, já que, “à medida que a escala de utilização do serviço for crescendo, o custo logístico da operação para a Via Varejo vai ficando cada vez menor em relação a entregas em domicílio”, disse ela.

"Hoje já temos a retirada dos produtos em lojas, que têm grande adesão. Com as opções de lockers ou retirada nos Correios, queremos oferecer maior comodidade e o menor atrito possível na compra", afirmou o diretor de multicanalidade da Via Varejo, Flávio Salles.

De acordo com ele, a vantagem dos armários é a disponibilidade 24 horas por dia. "Quem trabalha durante o dia e não está em casa para receber a encomenda pode recolher o item na hora que quiser", disse.

Em relação à segurança, Salles diz que a empresa escolheu os postos de gasolina justamente por serem áreas de grande movimentação e com monitoramento de segurança próprio.

O serviço será testado por três meses e, depois disso, deverá ser expandido para o resto do Brasil - no caso dos lockers, o Rio de Janeiro é a próxima cidade a receber os equipamentos.

Tendência

A Via Varejo, do Grupo Pão de Açúcar, não é a única varejista a apostar neste modelo de entrega. Magazine Luiza e Polishop também apostam no serviço, entre outras.

Para o Magazine, 30% das vendas já são feitas pela internet. Desse total, cerca de 20% é retirado nas lojas, um número que cresceu 250% desde o ano passado.

Além da vantagem para o consumidor, de retirar a hora que puder e sem pagar pelo frete, a modalidade também é uma vantagem para a varejista. O custo de entrega na loja é 10% do custo da entrega na casa do consumidor, diz a empresa.

Mais que cortar custos, a empresa também consegue realizar novas vendas. Junto com o aviso da chegada do produto, ela envia um voucher de descontos para que o cliente possa utilizar na loja física. Assim, há a oportunidade de fazer uma segunda venda.

Além disso, o cliente do site não é o mesmo da loja. A maioria das compras do "retire na loja" é feita por pessoas que nunca visitaram uma loja do Magazine Luiza, ou seja, são "clientes novos" para a loja física.

Todas suas 830 lojas funcionam como pequenos estoques e dão suporte às vendas on-line. Por conta desse aumento, as lojas estão passando por uma reforma e 30% da área será convertida em estoque, tanto para produtos próprios quanto para aqueles vendidos através do marketplace.

Os 10 centros de distribuição também serão preparados para receber produtos de terceiros a partir deste ano.

Já a Polishop oferece a opção de retirar na loja desde junho do ano passado. Atualmente, 18% das vendas feitas pela internet são recolhidas na loja. Na hora da compra, o cliente é informado se o produto está disponível em alguma loja próxima e pode optar por retirar fisicamente, sem frete.

O maior investimento para a companhia foi em tecnologia. Ela precisou aprimorar seu sistema para integrar os estoques físicos de suas 250 lojas à loja online.

No caso da Polishop, a empresa diz que não vê redução de seus custos com o serviço, já que o frete até a casa do consumidor é pago por ele mesmo. "A principal vantagem para o consumidor é a velocidade para retirar seu produto", diz João Appolinário, presidente da rede.

 

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