PdVSA: a companhia conseguiu obter a participação mínima necessária no último minuto (Wilfredor/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 18h48.
Caracas - A petroleira estatal Petróleos de Venezuela (PdVSA) disse hoje que concluiu um acordo de swap de quase US$ 3 bilhões de bônus futuros por papéis com vencimentos mais longos, em um movimento que os analistas de Wall Street dizem reduzir as chances de calote no próximo ano.
A companhia conseguiu obter a participação mínima necessária no último minuto após ter de estender o prazo três vezes, suavizando os termos e reduzindo a quantidade de bônus ofertados. A PdVSA vai fazer o swap de US$ 2,8 bilhões de bônus com vencimento em 2017, ou cerca de 52% do montante ofertado, por US$ 3,4 bilhões em bônus com vencimento em 2020, disse a companhia em comunicado.
Os bônus soberanos da Venezuela, que seguem de perto a dívida da PdVSA, tiveram o melhor desempenho entre os mercados emergentes neste ano, dando aos investidores um retorno de 46% até sexta-feira, apesar do aprofundamento da crise política e econômica do país vizinho.
O swap dá aos investidores a chance de aproveitar esses rendimentos por mais tempo, enquanto oferece a empresa um respiro para que se estabilize a produção, de acordo com o presidente da petroleira, Eulogio del Pino.
"O swap prolonga a festa", disse Francisco Ghersi, cofundador do fundo de hedge Knossos Asset Management, que aceitou a oferta de swap. "Os novos bônus com vencimento em 2020 podem ser descartados rapidamente se a economia do país se deteriorar ainda mais", afirmou.
A PdVSA vai garantir os novos bônus com 50,1% das participações de sua subsidiária Citgo Holdings, nos Estados Unidos.
O swap vai reduzir a divida de cerca de US$ 15 bilhões do governo venezuelano para US$ 13 bilhões entre agora e o final de 2017. Fonte: Dow Jones Newswires.