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Vendas de veículos caem 11,5% em janeiro, diz Fenabrave

No total, 171,2 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram emplacadas no mês passado, o menor volume em sete meses

Fenabrave: na comparação com dezembro, que sazonalmente é um mês mais aquecido, a queda foi ainda maior: de 29,9% (Alan Schein Photography/Getty Images)

Fenabrave: na comparação com dezembro, que sazonalmente é um mês mais aquecido, a queda foi ainda maior: de 29,9% (Alan Schein Photography/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 12h25.

As vendas de veículos novos no Brasil interromperam a sequência positiva engatada após o choque da pandemia e fecharam janeiro marcando queda de 11,5% na comparação com o mesmo mês de 2020. No total, 171,2 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram emplacadas no mês passado, o menor volume em sete meses.

Na comparação com dezembro, que sazonalmente é um mês mais aquecido, a queda foi ainda maior: de 29,9%.

Os números foram divulgados nesta terça-feira, 2, pela Fenabrave a associação que representa as concessionárias de automóveis e retratam o primeiro mês sem a produção de carros pela Ford, que anunciou no dia 11 de janeiro o fechamento da fábrica de Camaçari (BA), onde montava os modelos Ka e EcoSport, junto com a unidade que produzia motores e transmissões em Taubaté, no interior de São Paulo.

A montadora americana, que durante a maior parte de sua centenária história no Brasil esteve entre as quatro marcas mais vendidas do País, terminou janeiro na oitava colocação, com 5% do mercado. A liderança no primeiro mês do ano ficou com a Fiat, responsável por 19% das vendas totais, seguida por General Motors (16,37%), Volkswagen (16,35%) e Hyundai (9,1%).

Além do fim da produção da Ford, a oferta de modelos nas revendas seguiu prejudicada por interrupções de produção de algumas linhas de montagem em razão da insuficiência de peças.

"Já vínhamos acompanhando as dificuldades que as montadoras, de forma geral, estão enfrentando com relação ao fornecimento de peças e componentes. Este gargalo se intensificou em janeiro, diminuindo, ainda mais, a oferta de produtos", comentou, em nota o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Ele também atribui o resultado negativo à segunda onda da pandemia, que levou ao endurecimento das medidas de restrição, e ao aumento das alíquotas de ICMS em São Paulo, o maior mercado do País.

O volume do mês passado é o menor desde junho, quando os emplacamentos somaram 132,8 mil veículos. O desempenho também dá fim a uma sucessão de resultados mensais positivos - no comparativo mês contra mês anterior - iniciada em maio. No período, o mercado, após sair da mínima inferior a 60 mil veículos de abril, alcançou 244 mil unidades em dezembro.

Vendas de motos caem 6,4% em janeiro

Com 85,8 mil unidades emplacadas, as vendas de motos novas no Brasil recuaram 6,4% em janeiro, na comparação com o mesmo período de 2020. Frente a dezembro, a queda foi de 13,1%, de acordo com balanço da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos.

O resultado de janeiro foi influenciado por limitações da produção de motocicletas, concentradas no polo industrial de Manaus, onde o sistema de saúde entrou em colapso, levando o governo estadual a restringir o funcionamento das fábricas a 12 horas diárias de segunda a sexta-feira, incluindo o tempo de deslocamento dos funcionários.

Além disso, como todo oxigênio está sendo direcionado aos hospitais, no tratamento de pacientes com covid-19, as fábricas estão ficando sem gás industrial, agravando o quadro de falta de insumos.

A Honda, líder com folga do mercado de duas rodas, interrompeu a produção na segunda-feira da semana passada, dando férias coletivas aos operários e funcionários de áreas administrativas.

Ao comentar o resultado, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, informou que o estoque de motos nas concessionárias está "extremamente baixo", sendo que a espera de clientes por alguns modelos chega a 60 dias.

"A demanda segue aquecida, fomentada pela consolidação da motocicleta como veículo de transporte pessoal e de carga, dado o incremento das vendas do e-commerce, além da boa oferta de crédito pelas instituições financeiras, que estão aprovando 45% das propostas apresentadas", afirmou o executivo em nota.

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