Loja do O Boticario em São Paulo na Rua dos Pinheiros (Leandro Fonseca/Exame)
Gabriel Aguiar
Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 13h43.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2022 às 13h52.
O setor de franquias voltou a subir no mercado brasileiro: no ano passado, cresceu 10,7% quando comparado a 2020 e faturou mais de R$ 185 bilhões — redução de somente 0,9% frente a 2019, quando ainda não havia efeitos da pandemia na economia. Na liderança das franqueadoras continua O Boticário, com 3.652 pontos e crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior; seguido por Cacau Show e McDonald’s, que foram terceiro e segundo colocados, respectivamente, em 2020.
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Vale dizer que serviços e outros negócios tiveram o maior aumento de faturamento no ano passado, com 22,9% comparado ao ano anterior. Só que esse resultado também foi motivado pela chegada da fintech ACQIO, que antes estava no segmento de comunicação, informática e eletrônicos (com o pior resultado e queda de 27,2%), e da Prudential. Quem também teve influências de inclusões foi moda, que teve 11% de crescimento depois de incluir mais de 1,8 mil unidades da Gazin Semijoias.
Para a entidade representante dos franqueadores, alguns fatores foram essenciais para retomada do mercado no último ano: a suspensão das medidas restritivas de distanciamento social; retomada dos hábitos de consumo; aumento do movimento nos shoppings centers; além de aumento da eficiência com digitalização e novos modelos totalmente digitais. Por fim, houve crescimento de 8% na rede de franquias, com 2.882 empresas e 170.999 unidades — aumento de 6,2% comparado a 2019.
Também melhorou a geração de empregos: com 1.411.319 pontos de trabalho, o setor de franquias cresceu 12,1% em relação a 2020 e, mesmo quando comparado a 2019, teve aumento de 3,9%. Esse é o melhor resultado em pelo menos cinco anos e, para efeito de comparação, havia 217.751 menos vagas ocupadas em 2017, quando o setor registrava 1.193.568 empregos. Segundo os dados da ABF, cada franquia foi responsável, em média, pela geração de oito empregos diretos em 2021.
Neste ano, a associação prevê crescimento de 9% no faturamento (que deve superar R$ 201 bilhões); 5% das redes de franquia (3.026); 7% das unidades (182.969); e 5% de emprego (1.1481.885). Outro ponto antecipado é a projeção de inflação, estimada em 5,38%, conforme o IPCA. Para conter os efeitos negativos da variação, 67% das marcas tiveram reajustes de preço, com cerca de 30% do valor, em média; 58% readequaram a operação; enquanto 44% trocaram fornecedores.