"Varig" da Itapemirim terminará hoje (15) testes para voar no Brasil
Companhia aérea está na última fase de certificação da Anac para realizar voo comerciais
Gabriel Aguiar
Publicado em 15 de abril de 2021 às 06h00.
Última atualização em 12 de maio de 2021 às 10h13.
O Grupo Itapemirim já namora o setor da aviação há mais de um ano. Mas só hoje (15) terminará a fase de testes da ITA Transportes Aéreos para obter o Certificado de Operador Aeronáutico (COA) junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), obrigatório para operar comercialmente. Somente nesta quinta-feira, estão programados cinco trechos de Guarulhos (SP) até São José dos Campos (SP).
Por enquanto, há apenas uma aeronave operando no Brasil: um Airbus A320-200 com matrícula PS-SPJ, uma referência ao nome de Sidnei Piva de Jesus, presidente do grupo. Antes de estrear por aqui, o jato serviu à espanhola Spanair até 2012, quando declarou falência, e depois voou pela conterrânea Vueling até ser retirado de operação durante a pandemia, por conta da baixa demanda.
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"Chegamos à etapa final para a concretização da companhia aérea e estamos muito felizes com tudo o que conquistamos até aqui. Completaremos nosso cronograma para obtermos as certificações junto à Anac dentro do prazo planejado”, afirma Piva. De acordo com o executivo, a Itapemirim deixará de ser uma empresa de ônibus para ser uma empresa de conexão de pessoas e de modais.
Confira a agenda de voos para o último dia de testes
Voo IPM9010
Decola: Guarulhos (10h);
Pousa: Galeão (10h50).
Voo IPM9011
Decola: Galeão (12h35);
Pousa: Guarulhos (13h25).
Voo IPM9012
Decola: Guarulhos (14h30);
Pousa: Confins (15h30).
Voo IPM9013
Decola: Confins (17h50);
Pousa: Guarulhos (18h50).
Voo IPM9014
Decola: Guarulhos (horário não confirmado);
Pousa: São José dos Campos (20h00).
Além desta, a segunda aeronave está em trânsito rumo ao país, com chegada prevista para os próximos dias. Fabricadas em 2005, ambas foram obtidas por meio de leasing – novas, teriam preço estimado de 100 milhões de dólares. E, até agosto, a empresa promete completar a frota de dez aviões. Todos serão da família A320ceo, de geração anterior, também utilizada pela Latam no Brasil.
Por ora, a companhia não divulga posicionamento de preços, classes tarifárias, serviços e rotas. Porém, a expectativa é de que a ITA Linhas Aéreas ofereça mais espaço aos passageiros, com configuração de 162 assentos (como na extinta Avianca Brasil), e atendimento de bordo com direito a happy hour. Também é especulada a possibilidade de classe executiva, inclusive para voos domésticos.
Essa será a terceira aproximação do Grupo Itapemirim – que existe há 67 anos – com a aviação. Durante os anos 1990, a empresa operou uma divisão de carga com jatos Boeing 727. Em 2017, foi a vez de tentar comprar a Passaredo (rebatizada como Voepass em 2019), mas não deu certo. Agora, o plano é integrar os voos com os ônibus para conseguir chegar a 2.700 cidades no território nacional.
“Conectividade aérea será essencial para ampliar a ligação aos principais destinos nacionais e favorecer a recuperação do turismo no cenário pós-pandemia”, diz Gilson Machado Neto, ministro do Turismo, no encontro com diretores do Grupo Itapemirim, além de Carlos Brito, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e do senador Ciro Nogueira (PI).