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Vale reduz previsão para a produção de 2017

Devido aos baixos preços do minério, a Vale também está priorizando a produção de minas mais rentáveis, com maior teor de ferro

Vale: a empresa prevê produzir entre 360 milhões e 380 milhões de toneladas no próximo ano (Pilar Olivares/Reuters)
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Reuters

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 12h33.

Rio de Janeiro - A mineradora brasileira Vale reportou nesta quinta-feira aumento da produção de minério de ferro no terceiro trimestre, com apoio da performance operacional de suas plantas no Norte do país, mas anunciou uma redução na previsão da produção em 2017, enquanto planeja priorizar minas mais rentáveis.

Maior produtora global de minério de ferro, a Vale produziu entre julho e setembro 92,1 milhões de toneladas, alta de 1,5 por cento sobre um ano antes, com a força das operações no Sistema Norte mais do que compensando reduções em outras áreas, apontou o relatório trimestral da mineradora.

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Na comparação com o segundo trimestre, a produção de minério de ferro da empresa avançou 6,1 por cento.

No sistema Norte, Carajás, a maior mina da Vale, alcançou um recorde de produção de 38,7 milhões de toneladas, o que significou um aumento de 5,9 por cento em relação ao segundo trimestre e aumento de 14,1 por cento ante o mesmo período do ano passado.

"O aumento (em Carajás) deveu-se principalmente à melhor performance operacional de mina e usina, como resultado do retorno positivo de diversas iniciativas de aumento da produtividade da frota de transporte; à melhoria na disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos...", disse a companhia, citando ainda como fator a maior utilização de processamento a seco.

No acumulado do ano, a produção de minério de ferro da Vale atingiu 256,46 milhões de toneladas, ligeira queda de 0,4 por cento na comparação com o mesmo período de 2015, a despeito do impacto da ruptura da barragem de Fundão da Samarco, no complexo de Mariana, que afetou suas operações desde o final do ano passado.

Devido aos baixos preços do minério, em meio a um excesso de oferta global, a Vale também está priorizando a produção de minas mais rentáveis, com maior teor de ferro.

Dessa forma, ativos com menor margem como mina de Gongo Soco no Sistema Sudeste, minas de Urucum e Corumbá no Sistema Centro-Oeste, e as plantas de processamento de Jangada e Feijão no Sistema Sul foram paralisadas ou tiveram atividades reduzidas no terceiro trimestre.

No terceiro trimestre, o teor médio de ferro da Vale aumentou ligeiramente para 63,8 por cento, ante 63,6 por cento no trimestre anterior.

Às 11:33, as ações preferenciais da Vale operavam em alta de 1,9 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,6 por cento.

A empresa ainda manteve a estimativa de produção para 2016 para uma oferta no limite inferior da faixa do guidance original de 340-350 milhões de toneladas.

PRÓXIMOS PASSOS

Diante de sua estratégia de priorizar ativos com maior retorno, a Vale prevê produzir entre 360 milhões e 380 milhões de toneladas no próximo ano, ante o intervalo previsto no evento anual da companhia com investidores Vale Day, em dezembro de 2015, de 380-400 milhões de toneladas.

"A otimização da cadeia de fornecimento continuará em 2017, com importantes reduções dos estoques no Sistema Sul, resultando em volumes de produção entre 360-380 milhões de toneladas em 2017", afirmou o relatório de produção da Vale.

Esse volume projetado, acrescentou a Vale, ainda deverá ser ratificado no Valeday 2016 após a conclusão do planejamento e aprovação pelo seu Conselho de Administração.

Também sobre o próximo ano, a Vale reiterou que o maior projeto de sua história, o S11D, em Canaã dos Carajás (PA), terá o primeiro minério comercial no primeiro trimestre.

Segundo a empresa, o projeto bilionário iniciou com êxito o comissionamento a quente no terceiro trimestre e seu início operacional é esperado para os três últimos meses de 2016.

"O S11D terá seu ramp-up faseado em quatro anos ao invés dos dois anos planejados originalmente, de modo a otimizar as margens", disse a Vale.

A companhia prevê que o S11D irá adicionar 75 milhões de toneladas à produção total do Sistema Norte (Serras Norte e Sul), cuja oferta esperada é de aproximadamente 155 milhões toneladas em 2016 e de 230 milhões toneladas em 2020.

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