O fator Samarco na Vale
Hoje é dia de saber se o ciclo de alta da mineradora Vale continua. As ações subiram mais de 40% no ano. No balanço do segundo trimestre, que será divulgado na manhã desta quinta-feira, a companhia deve apresentar mais um lucro robusto. O do primeiro trimestre foi de 6,3 bilhões de reais. Agora, a estimativa […]
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2016 às 22h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
Hoje é dia de saber se o ciclo de alta da mineradora Vale continua. As ações subiram mais de 40% no ano. No balanço do segundo trimestre, que será divulgado na manhã desta quinta-feira, a companhia deve apresentar mais um lucro robusto. O do primeiro trimestre foi de 6,3 bilhões de reais. Agora, a estimativa de analistas vai de ganhos de 5,8 até 9 bilhões de reais.
O consenso é que os resultados foram impulsionados, principalmente, por uma melhora do preço do minério de ferro, que subiu 15% em 2016, passando de 40 dólares para a casa dos 58. O problema é que a variação da commodity 0 que levou a Vale a um prejuízo recorde de 44 bilhões de reais em 2015 – pode voltar a jogar contra. O banco Goldman Sachs estima que o preço volte ao patamar dos 40 dólares nos próximos meses e o BTG Pactual, que continue nessa faixa durante 2017 inteiro.
Outra incerteza é a Samarco, mineradora que a Vale controla junto com a australiana BHP Billiton. Quase nove meses após o rompimento da barragem de Mariana, a companhia continua sem perspectivas, e não se sabe quanto a Vale ainda pode gastar no processo.
A Vale estimou, em junho, que o desastre em Minas Gerais terá um impacto negativo de 443 milhões de dólares – o equivalente a mais de 1,4 bilhão de reais – em seu caixa só neste ano. Mas analistas alertam que o caixa da Samarco deve acabar neste terceiro trimestre e, sem uma retomada, todas as despesas devem sobrar para BHP e Vale.
Ontem à noite, a Vale anunciou que provisionou 3,7 bilhões de reais no seu balanço do segundo trimestre para arcar com os custos de um acordo firmado com o governo de Minas Gerais. O Ministério Público Federal move um processo que estima os prejuízos causados pelo desastre de Mariana em 155 bilhões de reais. Na melhor das hipóteses, a Samarco volta a operar ano que vem. Até lá, continuará jogando os resultados da Vale para baixo.