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Vale deve adotar programa para diluir impacto do câmbio

Segundo companhia, alta do dólar no segundo trimestre provocou um impacto contábil negativo de mais de R$ 4 bilhões no seu lucro


	Mina da Vale: mineradora quer mudar a contabilidade permitida pela legislação para amenizar os efeitos da alta do dólar
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Mina da Vale: mineradora quer mudar a contabilidade permitida pela legislação para amenizar os efeitos da alta do dólar (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2013 às 17h25.

Rio de Janeiro - A mineradora Vale deve adotar um programa de diluição do impacto cambial nos resultados da empresa, após a alta do dólar no segundo trimestre ter provocado um impacto contábil negativo de mais de 4 bilhões de reais no seu lucro.

A segunda maior mineradora do mundo avalia mudar, para o próximo ano, a contabilidade permitida pela legislação para amenizar os efeitos de bruscas variações cambiais no resultado financeiro, disse nesta quinta-feira o diretor financeiro da segunda maior mineradora do mundo, Luciano Siani.

O programa permitirá à companhia usar sua receita em dólar como hedge de seu passivo denominado em dólares, eliminando ou diluindo o impacto contábil da variação cambial de um trimestre em vários outros trimestres, dentro da legislação que rege a divulgação de resultados, explicou Siani.

"Avaliamos para o futuro o programa de 'hedge accounting", anunciou o presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, durante teleconferência para apresentação de resultados da mineradora.

Mecanismo similar foi adotado recentemente por empresas como a Petrobras.

O lucro líquido da Vale despencou no segundo trimestre para 832 milhões de reais, ante 5,32 bilhões de reais no mesmo período de 2012, refletindo perdas contábeis bilionárias por conta do efeito da valorização do dólar na sua dívida, informou a mineradora na quarta-feira.


O efeito negativo do dólar mais alto sobre o resultado trimestral da Vale, porém, foi meramente contábil, com perspectivas positivas para o lado operacional daqui para frente, já que o principal produto da mineradora é vendido em dólar e seus custos são realizados em reais, destacaram executivos da companhia durante a teleconferência.

Ações Sobem

A mesma percepção de que o dólar alto não teve um impacto relevante no resultado, por ter surtido um efeito não caixa, é compatilhada por analistas e bancos de investimentos. Tanto que ações da companhia abriram em alta nesta manhã e, de acordo com dados preliminares, fecharam em alta de 3,23 por cento.

Relatórios de bancos de investimentos enviados ao mercado nesta quinta-feira destacam o desempenho operacional positivo da companhia.

Para o Bank of America Merril Lynch, o Ebitda da Vale no segundo trimestre ficou acima das expectativas, devido, entre outros fatores, a um sólido volume nos embarques de minério, bem como boa performance dos metais básicos, com o ramp up de Salobo.

O Morgan Stanley afirma em relatório que a Vale conseguiu entregar um conjunto de números sólidos no segundo trimestre, com controle de custos, despesas e investimentos.

"Apesar deste resultado mais fraco, continuamos otimistas para o desempenho da Vale em 2013 e nos próximos anos, quando a empresa terá saltos importantes em sua produção de minério", disse também a corretora Planner.

Murilo Ferreira afirmou que a empresa apresentou um sólido desempenho financeiro no trimestre apesar do ambiente desafiador, com esforços para reduzir custos. O foco em projetos rentáveis também permanecerá entre os objetivos da companhia, disse.

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