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Vacina é questão de saúde e para que país volte a crescer, diz CEO da EMS

Em entrevista à Exame, Luiz Borgonovi afirma que a responsabilidade social está dentro do que a empresa entende como seus cuidados com a saúde

Luiz Borgonovi EMS (EMS/Divulgação)

Victor Sena

Publicado em 11 de maio de 2021 às 17h06.

Última atualização em 11 de maio de 2021 às 17h47.

Assim como mostrou a última reportagem de capa da edição impressa da EXAME, a pandemia fez com que as doações crescessem no Brasil. Em resposta à covid-19, já foram doados 6,8 bilhões de reais por figuras privadas, famílias e empresas, segundo o Monitor das Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos.

Entre elas, está a farmacêutica EMS, que destinou 20 milhões de reais para auxiliar no enfrentamento da doença pelo país em frentes como a compra de equipamentos, insumos e materiais de higiene pessoal e de limpeza para hospitais e profissionais de saúde.

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O setor de saúde, em que as farmacêuticas se encontram, está em 5º no lugar dentre os setores que mais doaram no levantamento do Monitor das Doações. Ao total, 32 empresas desse setor doaram 337 milhões de reais às causas.

Em entrevista à Exame, por e-mail, o presidente da EMS, Luiz Borgonovi, afirma que a responsabilidade social está dentro do que a empresa entende como seus cuidados com a saúde e defende que as empresas devem agir.

Como o senhor avalia o momento da pandemia pelo qual passamos, e a condução dela pelos governos?

Estamos vivendo (em abril) o pior momento da pandemia, com mais de 300 mil mortos, dificuldades de atendimentos em hospitais de quase todo o país e aumento do número de contaminados.

Não vou avaliar a condução que vem sendo feita pela administração pública. Acho que cada instância precisa fazer a sua parte para que, todos juntos, possamos sair o mais rápido possível desta situação dramática e ver o país voltar a crescer. Como representantes de uma empresa farmacêutica, temos acompanhado e apoiado medidas urgentes para controle do grave cenário em que o Brasil se encontra.

Como a EMS agiu e enxerga que é seu papel atuar na ajuda do combate à Covid-19?

Como grande player no setor farmacêutico, a EMS, que já traz um histórico de investimentos em ações em responsabilidade social, tem atuado prontamente e enxerga também seu papel fundamental de empresa cidadã com a adoção de medidas de combate à covid-19.

Há também outras iniciativas da EMS que vale a pena citarmos. Um dos reflexos negativos da pandemia foi a queda no número de transplantes. Para estimular a doação de órgãos, a EMS disponibilizou testes RT-PCR Covid-19 para importantes centros e serviços de transplantes do País, uma vez que, por protocolo da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), a cirurgia hoje só pode ocorrer após testagem negativa para Covid-19.

A responsabilidade do estado é essencialmente limitada, e as empresas devem sempre agir, ou pode se dizer que ela ficou especificamente limitada no caso do Brasil?

As empresas devem agir. E muitas delas têm atuado fortemente no combate à Covid-19, como temos visto. Neste momento, precisamos ter vacina para todos. Primeiro, por uma questão de saúde pública, obviamente. E, depois, para que o país volte a crescer.

Onde começa e até onde vai a responsabilidade social de uma empresa? Como escolher onde agir, em um país com tantas “demandas sociais”, como o Brasil?

Com a missão de cuidar de pessoas e com o compromisso de promover saúde em um país com tantas demandas sociais, a EMS procura dar acesso a mais qualidade de vida e bem-estar por diferentes caminhos, não só por meio de tratamentos: construindo e mantendo creche na comunidade, realizando projeto de aulas gratuitas de tênis para crianças carentes, qualificando professores da rede pública no Nordeste brasileiro, patrocinando a cultura, diversas modalidades esportivas e iniciativas em favor da preservação do meio ambiente.

Estamos inclusive empenhados, desde 2017, por meio de parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em erradicar do planeta a bouba: infecção de pele crônica e debilitante que, em casos mais graves, pode afetar ossos e articulações.

A EMS irá doar toda a azitromicina que o mundo precisa para erradicação da bouba. Sem controle, a doença pode seguir aumentando e alcançar inclusive mais localidades. A estimativa é de que 153 milhões de comprimidos do antibiótico sejam utilizados para erradicar a doença até 2030 nos 15 países listados pela Organização Mundial da Saúde.

Com a parceria entre EMS e OMS, a bouba pode se tornar a segunda doença erradicada na história da humanidade, a primeira com o uso de antibiótico. A EMS é a única farmacêutica no mundo a ter abraçado essa causa.

Apoiar causas sociais relevantes e manter firme o compromisso social são, para a EMS, formas efetivas de também entregar cuidado e saúde e de efetivamente agir com responsabilidade social em território nacional ou em outras partes do mundo.

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