A posição de caixa da Usiminas ao fim do ano passado era de R$ 5,2 bilhões e a venda dos ativos poderá ser fundamental para o financiamento do plano de investimentos da siderúrgica (Iugo Koyama/VEJA)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 08h08.
São Paulo - A Usiminas poderá ter um reforço de caixa de até R$ 2,5 bilhões caso leve adiante sua intenção de se desfazer das unidades Mecânica e Automotiva. O assunto vinha sendo discutido durante a gestão de Wilson Brumer, presidente da companhia até o início do ano, e continua na pauta da nova diretoria da empresa, informou uma fonte próxima da companhia. A posição de caixa da Usiminas ao fim do ano passado era de R$ 5,2 bilhões e a venda dos ativos poderá ser fundamental para o financiamento do plano de investimentos da siderúrgica mineira.
Se a venda ocorrer, um dos principais beneficiados com o reforço de caixa será o segmento de mineração da empresa, negócio que tem ajudado no resultado nos últimos trimestres. Nesse panorama, a siderúrgica poderia prosseguir com tranquilidade os seus planos de aumentar a sua capacidade de produção de minério de ferro para 29 milhões de toneladas até o fim de 2015.
Em 2012, a produção do insumo da companhia deve alcançar a marca de 8 milhões de toneladas. Segundo cálculos de analistas, a Usiminas Mecânica poderia ser negociada a R$ 2 bilhões, enquanto a Automotiva valeria cerca de R$ 500 milhões.
Antes da chegada da argentina Ternium no capital social da Usiminas, todos os ativos da companhia estavam passando por uma reavaliação. A Usiminas Mecânica e Automotiva encabeçavam a lista de ativos que poderiam ser vendidos, segundo uma fonte. No entanto, quando a Camargo Corrêa e a Votorantim bateram o martelo e decidiram vender a fatia de 26% que detinham na empresa, a administração da época decidiu aguardar a chegada do novo sócio antes de se posicionar definitivamente sobre a venda dos ativos. "Aquele não era mais o momento de vender", disse a fonte.
Agora, com a chegada da sócia argentina, a venda desses ativos poderá sair e, como consequência, ampliar o caixa da companhia. Nesse momento, o ativo apontado como o mais provável de ser desfeito em um primeiro momento é a Usiminas Automotiva, de acordo com fontes de mercado. No ano passado, a controlada registrou uma receita líquida de R$ 343,9 milhões, o correspondente a 2,9% da receita da Usiminas acumulada ao longo do ano.
Em relação à Usiminas Mecânica, o negócio poderia envolver apenas uma fatia, até mesmo como forma de evidenciar o valor desses ativos ao mercado, até hoje negligenciados pelo investidor, de acordo com um analista do setor. A empresa, que atua no segmento de bens de capital, obteve uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão no ano passado, ou 11,8% da receita total da siderúrgica mineira em 2011.
Um analista, que falou na condição de não ser identificado, pondera que existe a possibilidade de a venda da Usiminas Mecânica ser deixada de lado por conta da chega da Ternium no capital da companhia. Isso porque esse negócio pode se traduzir em sinergias com a siderúrgica argentina. Procurada, a Usiminas informou que não comentaria o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.