US Top, Soft Machine e Staroup: o que aconteceu com os jeans que bombavam nos anos 70 e 80
Marcas como US Top, Soft Machine, Staroup, Zoomp e Yes, Brazil, representaram não apenas produtos de vestuário, mas simbolizaram épocas, estilos de vida e tendências que ecoaram por décadas
Repórter de Negócios
Publicado em 4 de maio de 2024 às 08h08.
Última atualização em 20 de junho de 2024 às 11h46.
Desde os anos 1970, o Brasil testemunhou o surgimento e o declínio de várias marcas de jeans que moldaram o panorama da moda nacional.
Marcas como US Top, Soft Machine, Staroup, Zoomp e Yes, Brazil, representaram não apenas produtos de vestuário, mas simbolizaram épocas, estilos de vida e tendências que ecoaram por décadas.
A EXAME te conta o que aconteceu com cada uma dessas marcas.
Kichute, Bamba, Rainha e Montreal: o que aconteceu com as marcas de tênis que bombaram nos anos 80US Top
Conhecida como o primeiro jeans brasileiro, a US Top foi uma marca da Alpargatas, dona da Havaianas, lançada em 1972. A sua publicidade destacava que essa era aquela marca que "desbotava e perdia o vinco", bem ao gosto dos jovens dos anos 1970. A marca se popularizou ao longo dos anos 1980 e 1990, mas deixou de ser produzida no início dos anos 2000. No ano passado, a mineira Cia do Jeans comprou a marca, numa negociação que durou cinco meses. A compradora também é responsável por outras marcas famosas atualmente, como Wrangler e Vilejack. Neste ano, saem as primeiras coleções de jeans masculino da US Top. A ideia é que os produtos estejam no varejo durante o inverno, em 160 modelos.
M.Officer, Lee, Forum e Zoomp: como estão as marcas de calças jeans que bombavam nos anos 80 e 90Soft Machine
Primeiro grande fenômeno de grifes no Brasil, as calças jeans Soft Machine foram lançadas em 1974. Criada por Teddy Paez, que depois atuou como diretor de marketing da Victor Hugo, de jóias, teve a primeira fábrica na Rua Augusta, em São Paulo. A marca era um verdadeiro fenômeno entre os paulistanos. A marca se espalhou na era das discotecas, e a grife acabou tendo uma loja até em Nova York. “Os 80 foram maravilhosos, mas nos 90 marcas concorrentes iam para o mesmo lugar para fazer pesquisa, viajavam juntos, até que essa fonte de inspiração secou quando as marcas “inspiradoras” chegaram ao país. Infelizmente, não houve preparação para enfrentar esse tipo de concorrência”, disse Paez em entrevista à revista da Alshop. “Fora isso, a indústria brasileira estava totalmente sucateada em termos de máquinas. Nós trabalhávamos no atacado com um prazo muito curto, não havia como programar a venda para daqui a seis meses”.
Staroup
Os jeans Staroup começaram a ser fabricados em 1956, mas ganharam popularidade mesmo nos anos 1970. Foram muito fortes por 20 anos, mas perderam força no mercado nos anos 1990. A crise a obrigou passar por um processo de concordata, antiga recuperação judicial, que durou até o início dos anos 2000. Durante esse período, focou na exportação e na fabricação de jeans para concorrentes. No final dos anos 2010, entrou em recuperação judicial com uma dívida de 162 milhões de reais, mas dela não conseguiu sair. Em 2012, foi decretada a falência da companhia. No ano seguinte, a confecção Racheltex adquiriu o direito de fabricar e vender produtos com a marca Staroup por meio do pagamento de royalties aos credores.
Zoomp
No auge do sucesso, a Zoomp chegou a ter 800 funcionários e 84 lojas espalhadas em 10 países. Criada pelo empresário Renato Kherlakian, a empresa teve uma forte força de mercado entre 1974 e 2006. Nos anos seguintes, sem conseguir administrar o seu próprio gigantismo, e com dificuldade em enfrentar a abertura do mercado aos produtos importados, começou a se retrair. Em 2009, teve até a falência decretada por alguns dias, até ser revogada. Depois disso, foi comprada pela Global Capital e entrou em recuperação judicial. Entre 2016 e 2017, ensaiou uma recuperação, quando a marca foi adquirida por Alberto Hiar, mais conhecido como “Turco Loco”, dono da marca Cavalera, mas não engrenou. Hoje, ainda há um site da Zoomp, mas as informações não são atualizadas há alguns anos.
Yes, Brazil
A Yes, Brazil foi um símbolo de vestuário carioca nos anos 1980. Fundada por Simão Azulay àquela época e encerrada em 2006, a marca está ensaiando agora um retorno ao mercado. Ela fechou umacolaboração com a também carioca Reversa, marca feminina da Reserva. Para reviver a Yes Brazil, Thomaz Azulay, filho de Simão, buscou nos arquivos da marca aspectos dos anos 80 como patches, brilho, tachas e jeans.
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