O que hospitais, pet shops e indústrias de alimentos têm em comum? Para se concentrar mais no foco dos seus negócios estão mandando a roupa suja para lavanderias especializadas. "O crescimento desse mercado tem sido de 50% ao ano desde 1997", diz Paulo Barreto, diretor da Associação Nacional das Empresas de Lavanderia. Veja os setores em que essa terceirização está ocorrendo com maior força:

HOSPITAIS

As vendas de equipamentos para lavanderias especializadas em hospitais dobraram nos últimos cinco anos na Suzuki, de Curitiba, maior fornecedor desse mercado no país. Uma das maiores dessas lavanderias é a paulista Central Lav, que tem como clientes alguns dos melhores hospitais de São Paulo, como o Albert Einstein, o 9 de Julho e o Oswaldo Cruz. A Central Lav foi criada em 1997 pelo médico Luiz Ávila e por três sócios, que investiram 3 milhões de dólares no novo negócio. Tem hoje 1 200 funcionários, processa 110 toneladas de roupa por dia e espera faturar 30 milhões de dólares no próximo ano.

PET SHOPS

O empresário paulista José Carlos Ambrósio, dono de uma modesta lavanderia que funcionava dentro da própria casa, enxergou no crescimento do setor a oportunidade de criar a Helcai. Investiu 300 000 reais na compra de oito máquinas e cinco carros para fornecer toalhas limpas, que podem ser alugadas pelos 250 pet shops que formam a sua clientela. O toalheiro lava, em média, 1,2 tonelada de peças por dia, emprega dez pessoas e fatura 50 000 reais por mês.

INDUSTRIAS ALIMENTICIAS

Em 1995, as empresas brasileiras de alimentos tiveram de se adaptar às normas de higiene da União Européia para exportar para esse mercado. O empresário catarinense Ricardo Faria viu nisso uma boa razão para montar uma lavanderia especializada no setor. Vendeu uma fábrica de confecções, investiu 1 milhão de dólares em máquinas e criou a Braslav. Hoje, a empresa lava 70 toneladas de uniformes por dia para clientes como Sadia, Perdigão, Aurora, Chapecó e Frangosul. Cerca de 60% dos seus 45 milhões anuais de faturamento saem do setor alimentício. A Braslav detém hoje uma rede de 16 lavanderias em cinco estados e emprega 800 pessoas.

INDUSTRIAS FARMACEUTICAS

Há oito anos, o empresário paulista Murilo Parra resolveu direcionar a MPW, que atendia estudantes na região de Piracicaba, no interior de São Paulo, para a indústria farmacêutica da região de Campinas. Hoje, a empresa tem dez clientes, entre os quais o Laboratório Eli Lilly. "Trabalhamos com um alto nível de assepsia", afirma Parra. A MPW lava 2,5 toneladas diárias de uniformes dos funcionários dessas indústrias. No ano passado, a empresa faturou 1,2 milhão de reais e está investindo 5 milhões de reais para implantar um sistema em que as condições de lavagem são controladas por um chip acoplado à roupa.