Uber vai demitir outros 3.000 funcionários e fechar 45 escritórios
Demissões anunciadas na crise já somam 25% do quadro de funcionários. A empresa não informou os locais onde os escritórios serão fechados
Carolina Riveira
Publicado em 18 de maio de 2020 às 14h56.
Última atualização em 18 de maio de 2020 às 17h04.
A empresa de transporte por aplicativo Uber anunciou nesta segunda-feira, 18, que vai demitir mais 3.000 funcionários. A nova leva de demissões vem semanas depois de a empresa já ter demitido 3.700 pessoas no começo de maio.
Ambas as demissões equivalem a 25% de toda a força de trabalho que a Uber tinha no fim do ano passado. A empresa fechou dezembro com 26.900 funcionários no mundo, 40% deles nos Estados Unidos.
A empresa vai também fechar 45 escritórios em todo o mundo. Os escritórios a serem fechados ainda não foram divulgados.
"Estamos vendo alguns sinais de recuperação, mas saindo de um buraco profundo, com visibilidade limitada de sua velocidade e forma", disse o presidente da Uber, Dara Khosrowshahi, em carta enviada aos funcionários e obtida pelo jornalThe Wall Street Journal. O presidente afirma no comunicado que o braço de entrega de refeições da Uber, o Uber Eats, tem tido crescimento durante a crise, mas que "o negócio hoje não chega perto de cobrir nossas despesas".
A confirmação das demissões veio depois de uma matéria do siteBusiness Insider no fim de semana antecipando os cortes. As ações da Uber operavam em alta de mais de 4% na bolsa por volta das 14h30 desta segunda-feira, com a visão dos investidores de que os cortes tornam a companhia mais enxuta. Fundada em 2009 e na bolsa desde o ano passado, a Uber é historicamente criticada por não ter tido lucro desde então.
Em comunicado à imprensa, Khosrowshahi afirmou ainda que está "mudando o tamanho" da companhia "para se alinhar às realidades de nossos negócios".
O objetivo da empresa é economizar 1 bilhão de reais por ano na comparação com o previsto para o quarto trimestre deste ano antes da crise, segundo escreveu a Uber em comunicado a investidores protocolado junto à SEC (Securities and Exchange Commission), que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos.
A Uber foi duramente impactada diante do isolamento social que tomou parte do mundo em meio à pandemia do novo coronavírus. No Brasil, levantamento do aplicativo de finanças Guiabolso mostra que os gastos dos usuários na plataforma caíram quase pela metade entre a semana de 2 a 8 de março e 30 de março a 5 de abril. O gasto médio foi de 63,40 reais para 35,19 reais por usuário no período.
A EXAME entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber, no Brasil, para verificar os impactos dos cortes na operação local, mas até o momento não obteve retorno.