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Uber bike? Com Tembici, app de mobilidade passa a oferecer aluguel de bicicletas

Parceria entre as duas empresas vai permitir o aluguel de bicicletas compartilhadas pela plataforma da Uber; novo modal estará disponível a partir de abril

 (Tembici/Divulgação)

(Tembici/Divulgação)

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias

Repórter de Negócios e PME

Publicado em 5 de abril de 2023 às 06h00.

A Uber decidiu ir além dos carros. Em parceria com a startup de mobilidade Tembici, famosa pelas bicicletas compartilhadas do Itaú, a empresa passará a oferecer aluguel de bicicletas comuns e elétricas nas grandes cidades onde a Tembici opera.

Como vai funcionar

Na prática, com a parceria, os usuários da Uber terão acesso a mais uma opção de modal dentro da plataforma. Pelo aplicativo, poderão consultar a localização das estações de bicicleta em sua região e então destravar as bikes para o uso por meio de um código — também no aplicativo.

A ideia é atender aos milhões de usuários da Uber em toda a América Latina — além do Brasil, a Tembici também está no Chile, Colômbia e Argentina. Por aqui, a operação começa na capital Recife a partir deste mês de abril.

Ainda que tenha potencial para representar boa parte da operação de aluguel de bikes daqui em diante, dado o volume de usuários, a parceria com a Uber será mantida em paralelo a outros acordos já estabelecidos pela Tembici no passado. Entre eles, o Itaú, cujo aplicativo de mobilidade continuará disponibilizando as bicicletas para aluguel.

As bicicletas estarão disponíveis no aplicativo da Uber inicialmente em Recife, e a iniciativa será expandida para Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e depois para as demais cidades na América Latina em que a Tembici atua.

Quais são os planos

A aproximação com a Uber veio, em boa medida, pela atenção das duas companhias a temas sensíveis como sustentabilidade e a preocupação com a economia de baixo carbono, especialmente nas grandes cidades, afirma Tomás Martins, CEO da Tembici.

“Nas grandes cidades como São Paulo, os deslocamentos de curta distância, de até seis quilômetros, são a grande maioria. Queremos oferecer novas alternativas sustentáveis além dos carros para esses deslocamentos”, diz, em entrevista à EXAME.

Em boa medida, a aproximação com a Tembici também encurta em alguns passos a jornada da Uber rumo à descarbonização. O compromisso global da companhia é ter, até 2040, uma operação com zero emissões de poluentes. "Sem dúvida, esse acordo aumenta  a oferta para os clientes da Uber mas, ao mesmo, os deixa mais próximos da mobilidade sustentável e acessível a todos”, diz Martins.

“Essa parceria mostra o papel importante que as opções sem carro desempenham cada vez mais na estratégia da Uber para chegar a emissões zero de carbono, fornecendo aos usuários formas sustentáveis, acessíveis, e convenientes para viajar”, disse, em nota, Annie Duvnjak, chefe global de micromobilidade da Uber.

Por outro lado, a parceria também dá escala à Tembici, que passa a contar com o alcance massivo da Uber, atual líder de mobilidade no país. 

Nos planos da startup, segundo Martins, está também a expansão da frota elétrica entre as bikes compartilhadas, principalmente nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. “A demanda pelas bicicletas compartilhadas e também pelas bicicletas elétricas é crescente, e sabemos que isso só vai avançar com a Uber”, diz. 

A Tembici encerrou o ano de 2022 com 20.000 bicicletas em circulação. Agora, a meta é ampliar esse número em 50%. Boa parte dessa nova frota virá do apoio financeiro do BNDES, que no começo de 2023 investiu R$ 160 milhões na empresa para aquisição e produção de novas bicicletas.

Somadas as ações, a Tembici espera crescer 50% da receita em 2023. “Nossa visão é a de poder ampliar esses modais sustentáveis nas cidades. Nos consolidar e crescer, mesmo já tendo 90% do mercado por aqui, sabemos que podemos ser ainda mais relevantes”, diz Martins.

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