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Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 13h07.
A TPI (Triunfo Participações e Investimentos S.A) perdeu o direito de assumir a concessão da rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto por 30 anos devido ao não-pagamento dos 118,8 milhões de reais, quantia correspondente a 20% do valor total da outorga, que deveria ter sido quitada no dia 17 de abril. O trecho era um dos mais cobiçados entre os cinco lotes oferecidos ao mercado pelo governo de São Paulo em outubro de 2008.</p>
A Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo) informou, em nota, que irá convocar imediatamente a Primav Ecorodovias S.A, segunda classificada na disputa do lote, para dar continuidade à fase licitatória da rodovia. Atualmente, a Primav administra as rodovias Anchieta/Imigrantes, vias que interligam a capital paulista ao litoral sul.
A TPI chegou a pedir a postergação da assinatura do contrato, que deveria ter acontecido ontem, por 30 dias. Porém, a Artesp negou a solicitação alegando que a empresa não honrou com as exigências do edital. De acordo com a agência, não há novo prazo para a assinatura do contrato.
Até agora, a companhia não comentou sua desclassificação da concessão e emitiu somente uma nota informando ao mercado que seu pedido de prorrogação foi indeferido pela Artesp.
Na opinião da corretora Link Investimentos, a TPI deverá recorrer da decisão da Artesp e fará questão de não perder esse projeto que é muito importante para os investimentos públicos da capital. Se a companhia não conseguir levantar todas as garantias, a dúvida passa a ser: haveria interesse da segunda colocada em levar também este trecho a esta altura do campeonato?"
"Se num primeiro momento a ausência da CCR e OHL nestes trechos foi mal vista pelo mercado, atualmente, fica evidente que a postura austera das operadoras rodoviárias foi mais que acertada, afirmou a equipe de analistas da Link Investimentos em relatório.
A concessão da Ayrton Senna/Carvalho Pinto não é a única que enfrenta problemas dentro do leilão de cinco trechos de rodovidas licitadas em outubro pelo governo de São Paulo. A BRVias, que venceu o leilão do trecho oeste da Marechal Rondon, também tem dificuldades de comprovar o potencial econômico para realizar os investimentos necessários.
A família Constantino, da Gol, que faz parte do consórcio BRVias, apresentou garantias próprias para que a concessão fosse aprovada pela Artesp. A expectativa é de que a agência homologue a concessão nos próximos dias. Caso isso não aconteça, a Triunfo, segunda colocada nesse leilão, teria o direito de assumir o trecho.