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Trabalhadores da Ambev cobram piso nacional de R$1.500

Trabalhadores retomaram a cobrança para empresa aceitar discutir uma pauta de reivindicação nacional que prevê a adoção de um mesmo piso salarial


	Funcionários descarregam caixas de Skol em distribuidora da Ambev: piso salarial dos funcionários varia atualmente de 900 a 1.200 reais
 (Marcos Issa/Bloomberg News)

Funcionários descarregam caixas de Skol em distribuidora da Ambev: piso salarial dos funcionários varia atualmente de 900 a 1.200 reais (Marcos Issa/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 19h44.

São Paulo - Trabalhadores da Ambev, maior cervejaria da América Latina, retomaram a cobrança para a empresa aceitar discutir uma pauta de reivindicação nacional que prevê a adoção de um mesmo piso salarial e data-base unificada para os cerca de 50 mil funcionários da companhia.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) vai reunir 12 entidades representativas dos funcionários da companhia em Brasília na quarta-feira para decidir sobre um "posicionamento" a ser tomado pelos trabalhadores, que têm a seu favor a realização da Copa do Mundo de Futebol no país este ano. A Ambev é uma das principais patrocinadoras do evento.

A entidade defende piso salarial nacional de 1.500 reais para os trabalhadores da Ambev, que representam hoje cerca de um terço do total de funcionários empregados no setor de bebidas do país, disse Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.

Atualmente, o piso salarial dos funcionários da Ambev varia de 900 a 1.200 reais, com a média em cerca de 1.000 reais disse Bueno, acrescentando que os valores menores estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste do país.

"Não está descartada uma greve nacional, vai fazer parte da discussão", disse Bueno, ressalvando que outras medidas como paralisações pontuais para protestos também poderão ser instrumentos de pressão sobre a empresa.

Procurada, a Ambev afirmou que está aberta ao diálogo com as entidades trabalhistas, "porém, de maneira individualizada, pois, acredita que essa é a melhor forma de assegurar o tratamento das peculiaridades locais das negociações junto aos sindicatos e aos trabalhadores das suas unidades".

Segundo Bueno, a categoria tenta há cinco anos que a Ambev aceite discutir reivindicações em nível nacional e não individualmente com cada região onde tem operações no país.

A reunião de quarta-feira coincide com a data-base dos funcionários da empresa no Estado de São Paulo, março, disse Bueno, acrescentando que os trabalhadores cobram data-base unificada em setembro.

"Isso é benefício para a empresa, mas para os trabalhadores é ruim porque cria diferenciação muito grande", disse o presidente da CNTA.

A Ambev encerrou 2013 com lucro líquido de 11,35 bilhões de reais e investimentos de 3,8 bilhões de reais. Para 2014, a companhia estima crescimento da receita líquida no Brasil entre um dígito alto e dois dígitos baixos e custo de produto vendido por hectolitro crescendo um dígito médio em 2014. No final de fevereiro, a companhia enxerga um cenário melhor para a venda de cerveja em 2014.

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