O empresário mexicano Carlos Slim é o dono da América Móvil (Brendan Smialowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 10h42.
Cidade do México - A fusão da América Móvil com a operadora fixa Telmex criou uma gigante latino-americana das telecomunicações, mas investidores se preocupam que união das empresas esteja afetando o lucro.
A América Móvil, maior operadora celular da América Latina, vai divulgar seus resultados nesta terça-feira, após o fechamento dos mercados, e analistas esperam que o amadurecimento do mercado móvel latino e a consolidação da Telmex em seus números acabem por reduzir suas taxas de crescimento.
A Telmex, que é responsável por um quinto das receitas da América Móvil, divulgou uma queda de 32 por cento no lucro trimestral na semana passada, atingida por impostos maiores e perdas com clientes de telefonia fixa.
A fusão ocorrida no ano passado criou um dos maiores grupos de telecomunicação do mundo, mas ainda não está claro quando potenciais sinergias começarão a se fazer sentir, parcialmente por causa de restrições regulatórias nos mercados de TV paga do Brasil e do México.
"Nós realmente não gostamos da fusão. É uma negócio móvel saudável com uma série de boas perspectivas e agora está sendo arrastado por uma operação de telefonia fixa que enfrenta muitos desafios", disse Richard Dineen, analista do HSBC.
Os gestores da América Móvil afirmam que a fusão, que também incorporou ativos de telefonia fixa em outras partes da América Latina, vai ajudar a companhia a agrupar serviços para clientes e a enfrentar melhor competidores.
As empresas são controladas pelo bilionário mexicano Carlos Slim, que de maneira confiante elevou os planos de investimentos deste ano enquanto a maior parte dos rivais globais da América Móvil estão cautelosamente mantendo investimentos baixos após a recessão.
Analistas acreditam que a América Móvil está trabalhando para sustentar uma vantagem em infraestrutura sobre a rival Telefónica, construindo uma rede de banda larga móvel capaz de atender a crescente demanda por smartphones e tablets como o iPad, da Apple.