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Telecom Italia avalia fatia na TIM em US$ 16,8 bilhões

Operadora brasileira atraiu o interesse da Oi e da América Móvil

TIM, da Telecom Italia: no Brasil, operadora é em 11 vezes o Ebitda de 2013 (Marc Hill/Bloomberg)

TIM, da Telecom Italia: no Brasil, operadora é em 11 vezes o Ebitda de 2013 (Marc Hill/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 16h28.

A Telecom Italia calcula em pelo menos 13 bilhões de euros (US$ 16,8 bilhões) o valor de sua fatia controladora de cerca de 67 por cento na TIM Participações, a operadora de telefonia celular que atraiu o interesse da Oi e da América Móvil, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

O preço confere à TIM um valor total de aproximadamente 20 bilhões de euros, cerca de 73 por cento superior ao valor da unidade, considerando o preço de fechamento da ação ontem, em São Paulo.

O preço representaria 11 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da TIM em 2013, múltiplo similar ao que a Telefónica SA ofereceu à brasileira GVT no mês passado, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque o assunto é privado.

As ações da Telecom Italia deram um salto.

A Oi, operadora de telefonia celular que compete com a TIM no Brasil, disse em agosto que estava estudando uma oferta por sua rival e a América Móvil disse ontem que planeja iniciar negociações para realizar uma oferta conjunta com a Oi.

O CEO da Telecom Italia, Marco Patuano, vendeu ativos e descartou dividendos. Ele busca novas áreas de crescimento para rejuvenescer a empresa, que está endividada.

A Telecom Italia, que tem sede em Milão, não iniciou o processo para vender a TIM, disseram as fontes.

Patuano afirmou na semana passada que a TIM é um “ativo fundamental” e que a empresa vai acelerar os investimentos no Brasil para melhorar suas redes de banda larga móvel.

O porta-voz da Telecom Italia negou-se a comentar assunto.

No mês passado, a Telecom Italia perdeu para a Telefónica SA uma batalha de ofertas pela operadora de banda larga GVT. A Vivendi SA, proprietária da GVT, entrou em negociações exclusivas com a Telefónica a respeito da venda da empresa.

Mercado brasileiro

Uma aquisição permitiria à América Móvil e à Oi ganharem participação de mercado no Brasil ao dividirem os ativos da segunda maior operadora de telefonia celular do país entre elas.

A América Móvil, controlada pelo bilionário Carlos Slim, não chegou a um acordo final para iniciar as negociações pela TIM, disse o diretor financeiro Carlos José García Moreno, ontem, em entrevista por telefone.

A Oi também vem buscando elaborar uma oferta conjunta pela TIM com a Telefónica, maior empresa de telefonia celular do Brasil, disseram fontes familiarizadas com o assunto no mês passado.

Carga da dívida

A Telecom Italia disse que está em busca de oportunidades de crescimento no Brasil e não de um comprador para a TIM. A empresa também pode usar a unidade como um veículo para adquirir outras empresas no país, disse no mês passado uma fonte familiarizada com o assunto.

Contudo, a carga da dívida da operadora italiana já fez com que a empresa vendesse ativos e descartasse dividendos.

O rating de crédito da Telecom Italia foi rebaixado para junk pela Standard Poor’s e pela Moody’s Investors Service no ano passado e a dívida líquida da companhia, de cerca de 27,4 bilhões de euros no fim de junho, excede seu valor de mercado.

A Oi, que tem sede no Rio de Janeiro, disse em agosto que havia contratado o Banco BTG Pactual SA para atuar como entidade instrumental que pode adquirir ativos em seu nome, “com o propósito de permitir uma proposta viável para a aquisição de ações da TIM”.

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