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Suez pode congestionar portos por um mês ou mais, diz executivo

Os portos já enfrentavam gargalos para processar volumes normais por causa da pandemia de coronavírus e agora precisam lidar com muitos navios atrasados que chegam todos de uma vez ou em curtos intervalos

Foto de satélite do Ever Given encalhado: navio bloqueando a passagem no Canal de Suez pode ser visto do espaço (Satellite image (c) 2020 Maxar Technologies./Getty Images)

Foto de satélite do Ever Given encalhado: navio bloqueando a passagem no Canal de Suez pode ser visto do espaço (Satellite image (c) 2020 Maxar Technologies./Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 29 de março de 2021 às 09h43.

Apesar dos avanços na segunda-feira para desencalhar o enorme navio porta-contêineres no Canal de Suez, um executivo de logística da China alerta que o impacto sobre o comércio global pode persistir devido aos atrasos na Europa.

Os portos já enfrentavam gargalos para processar volumes normais por causa da pandemia de coronavírus e agora precisam lidar com muitos navios atrasados que chegam todos de uma vez ou em curtos intervalos, disse Max Wei, gerente-geral de negócios internacionais na Speedaf Logistics. Mesmo sob o melhor cenário, levará um mês ou mais para que o congestionamento seja resolvido, disse.

“É problemático. Os portos da Europa já estavam sob pressão por causa da covid”, disse Wei, cuja empresa é especializada no transporte de mercadorias entre África, Europa e Ásia. “Agora, eles recebem um volume de oferta de três a quatro vezes maior de uma só vez. Além disso, a situação epidêmica na Europa não está melhorando.”

O Canal de Suez, que está bloqueado desde terça-feira, atende cerca de 12% do comércio global. Cerca de 450 navios estão presos, esperando para embarcar ou navegando rumo à hidrovia. Outros decidiram fazer um desvio pela África enquanto os trabalhos continuam para liberar o Ever Given, que foi parcialmente refluído na segunda-feira. Segundo uma autoridade egípcia, pode levar uma semana para liberar os navios do corredor do canal.

A Speedaf tem produtos fabricados na China, como eletrônicos e utensílios domésticos, presos na rota para a Europa. Wei disse que a empresa sugeriu que os clientes busquem alternativas aéreas e ferroviárias caso os produtos precisem ser entregues com urgência.

Grace Zhou, gerente de logística internacional de uma empresa de comércio eletrônico na cidade chinesa de Yiwu, optou pela via área para entregar alguns produtos à Europa e planeja outros canais, como caminhões e ferrovias, para distribuir o risco.

Zhou disse que os produtos de sua empresa incluem maiôs vendidos pela Amazon.com e eBay, que estão em alta demanda agora com a proximidade da temporada de verão na Europa. Apenas algumas semanas de atraso podem colocar em risco o período de pico, disse. As taxas de frete aéreo também afetam as margens.

“Ainda estamos muito preocupados”, disse a executiva. “Não temos ideia e nenhum controle sobre quando a situação pode voltar ao normal. Enfrentamos grandes incertezas.”

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