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S&P rebaixa "nota" da Embraer, que perde grau de investimento

Embraer deve registrar queda de cerca de 50% em suas entregas de jatos comerciais em 2020, o que levará a uma lucratividade "significativamente mais fraca"

Embraer: agência cita ainda em seu comunicado o fim do acordo com a Boeing, além dos efeitos da pandemia para os negócios (Paulo Whitaker/Reuters)

Embraer: agência cita ainda em seu comunicado o fim do acordo com a Boeing, além dos efeitos da pandemia para os negócios (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2020 às 17h57.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 17h58.

A S&P cortou o rating da Embraer de BBB- para BB+, com isso a companhia perdeu o grau de investimento para essa agência. Em comunicado, a S&P informou nesta segunda-feira, 15, que, após a decisão, estava retirando o rating da observação para eventual rebaixamento, mas atribuindo perspectiva negativa a ele.

A Embraer deve registrar queda de cerca de 50% em suas entregas de jatos comerciais em 2020, o que levará a uma lucratividade "significativamente mais fraca" e a uma "queima de caixa" ("cash burn") de cerca de US$ 800 milhões por causa dos efeitos da covid-19.

Com isso, a S&P diz projetar que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda da empresa ficará acima de 8,0 vezes no fim deste ano. Em seu cenário-base, a Embraer não queimará caixa em 2021 e sua relação entre dívida e Ebitda deve recuar para entre 2,7 e 3,2 vezes.

A S&P diz ainda que a perspectiva negativa reflete a incerteza sobre a chance de que as margens de Ebitda da Embraer fiquem acima de 10% e os riscos de demanda mais fraca do que a projetada nos próximos 12 meses.

A agência cita ainda em seu comunicado o fim do acordo com a Boeing, além dos efeitos da pandemia para os negócios. Por outro lado, diz acreditar que a Embraer será uma das primeiras no setor a se beneficiar quando houver uma recuperação, diante de seu foco em aviões menores, voltados para mercados regionais, e citando que seus jatos para o setor de defesa e os executivos são segmentos mais resistentes aos impactos da crise.

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