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Soube o que era meme quando virei um, diz Luiza Trajano

Comentário refere-se ao emblemático debate protagonizado por ela em um programa de televisão, que terminou com seu rosto estampado por toda a internet

Luiza Trajano: lema no Magazine Luiza é "fazer mais com menos", segundo Luiza (Mário Miranda/Amcham)

Luísa Melo

Publicado em 1 de março de 2016 às 10h45.

São Paulo - "Deus me deu a experiência de saber o que era meme", disse Luiza Trajano , presidente do conselho do Magazine Luiza , sobre o emblemático debate que protagonizou em um programa de televisão – e que terminou com seu rosto estampado em diversas imagens na internet.

O comentário arrancou risos da plateia do seminário Perspectivas Comerciais e Econômicas, promovido pela Amcham (Câmara Americana de Comércio), nesta terça-feira (16), em São Paulo.

A entrevista que Luiza mencionou foi concedida em janeiro de 2014. Nela, a empresária afirmava enfaticamente que o varejo brasileiro não passava por nenhuma crise, contradizendo um dos apresentadores.

"Terminamos o ano de 2013 com o menor índice de inadimplência possível", dizia, emendando que poderia enviar os dados por e-mail, caso o entrevistador quisesse conferir.

De fato, aquele ano teve menos calotes do que o anterior, segundo dados do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo) e também da Serasa Experian.

Hoje, porém, a realidade é outra – e Luiza Trajano reconhece. "Todos sabemos que o momento é muito difícil e que estamos vivendo uma crise política das piores", disse.

Questionada sobre se estava enganada há dois anos, ela explicou: "eu não falei que o Brasil ia continuar crescendo, eu falei daquele momento, quando a inadimplência estava mais baixa".

Ano ruim

Os resultados do Magazine Luiza em 2015 só serão divulgados no mês que vem, mas a empresária sinalizou que os números não devem ser animadores.

"O ano passado foi um dos piores da empresa, principalmente quando comparado a 2014, que foi o melhor da nossa história", disse.

Ela lembrou o baque sofrido pela companhia em maio de 2015, quando oito caminhões com celulares e eletrônicos foram roubados de um dos centros de distribuição por uma quadrilha fortemente armada. Apenas cinco deles foram recuperados.

"Tivemos que aprender a lidar com isso", disse.

Outro fato inédito que o Magazine teve de encarar recentemente foi o enxugamento de sua esturutura administrativa. "Tivemos um corte de pessoal, coisa que eu nunca tinha feito em 40 anos", comentou.

A redução de quadro foi anunciada no mês passado e é parte do trabalho da consultoria Galeazzi, contratada pela varejista para buscar eficiência.

Também estão no plano a renegociação de contratos de aluguéis de lojas e armazéns e uma possível conversão de 2.000 funcionários que trabalham no caixa em vendedores.

Esforços

O Magazine tem tomado ainda outras medidas para contornar o cenário ruim. Por lá, o lema é "fazer mais com menos", segundo Luiza.

Foi com essa ideia – juntamente com um pesado planejamento junto a fornecedores e trabalhadores – que a rede conseguiu baixar os custos de reforma de seus pontos de venda de 1 milhão de reais para 200.000 reais.

A empresa também aposta fortemente em meios digitais. Ela tem hoje 50 engenheiros dedicados ao Luiza Labs, laboratório de desenvolvimento de soluções tecnológicas como o n ovo aplicativo que permite fazer compras com apenas um toque na tela.

"Já temos também 1.000 funcionários vendendo ao telefone. Quem não entrar na área digital não vai sobreviver", reforçou a presidente do conselho da companhia.

Outro ponto em que a varejista concentra energias é a comunicação e envolvimento do time. De setembro a dezembro do ano passado, todos os 800 empregados administrativos participaram de uma competição em que se transformaram em vendedores.

Cada um deles ganhou um código de vendas. "Eles tinham que ligar para amigos, tinham ofertas especiais e toda segunda-feira fazíamos o ranking de quem vendeu mais. O pessoal da área financeira é que ganhou", contou Luiza, animada.

Os vendedores também foram treinados para "fazer propaganda" para a empresa no Facebook. "Sai cada vídeo cafona, mas você não imagina o quanto dá certo!" disse.

São Paulo - Quem compra na loja do Magazine Luiza , na marginal do Tietê, em São Paulo, nem imagina que pode estar sendo observado pela presidente da empresa, Luiza Helena Trajano - e por um time de executivos que comanda a rede varejista . É que o escritório em que trabalham as principais lideranças da companhia fica nos pisos superiores da unidade, na Vila Guilherme.  Do ambiente administrativo, que é unido à loja por um vão central, é possível acompanhar o que se passa no centro de compras. Nas fotos, conheça mais sobre a estrutura do local:
  • 2. Transparência

    2 /25(Luísa Melo/Exame.com)

  • Veja também

    O escritório administrativo do Magazine Luiza ocupa dois andares que ficam acima da loja da Marginal do Tietê. Os ambientes são ligados por um vão circular central, fechado apenas com vidro, que possibilita a quem está nos pisos superiores acompanhar o movimento da unidade de comércio. Na abertura, uma torre de televisões anuncia ofertas e produtos para os clientes e funcionários da empresa.
  • 3. Ambiente aberto

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  • Lá, a equipe trabalha em um ambiente aberto, que é separado por áreas. A ideia é facilitar a comunicação entre todos.
  • 4. De olho em tudo

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    Até mesmo a presidente da empresa, Luiza Helena Trajano, trabalha em um espaço transparente e de fácil acesso para a sua equipe. Dali, ela consegue observar praticamente tudo o que acontece no escritório.
  • 5. Acesso fácil

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    Os diretores da empresa também trabalham em uma sala transparente e de portas abertas.
  • 6. Privacidade garantida

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    Por conta do espaço quase sem divisórias, há várias salas de reunião na empresa. Ao todo, são 32 e cada uma delas leva o nome de um valor da companhia, como integração, inovação e transparência.
  • 7. Vindos do interior

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    O escritório funciona no local desde 2010 e abriga as principais lideranças da rede varejista. Dos cerca de 500 funcionários que trabalham ali, aproximadamente 300 vieram de Franca, cidade onde foi fundada a empresa e onde ainda fica a sua sede.
  • 8. Ruas de Franca

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    Além das pessoas, o centro administrativo trouxe de Franca as ruas. Os corredores do ambiente foram batizados com os nomes das principais vias da cidade.
  • 9. Tradição

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    No centro do escritório, há também a reprodução de uma foto da primeira unidade do Magazine Luiza. Quando a loja foi adquirida pelos fundadores da rede, Luiza Trajano e Pelegrino José Donato, em 1957, seu nome era "A Cristaleira", mas foi trocado depois de um concurso cultural feito em uma rádio local.
  • 10. Raízes bem claras

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    O espaço, batizado de Praça Nossa Senhora da Conceição (lugar onde fica a primeira loja da rede, em Franca) é usado para eventos. Um deles é o "Rito de Comunhão", no qual os funcionários se reúnem para cantar o hino nacional e o hino da empresa e apresentar os resultados das ações feitas na semana anterior. A tradição é celebrada desde 1991 em todas as lojas e unidades logísticas e administrativas do Magazine Luiza, simultaneamente.
  • 11. Valores espalhados

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    Viver os valores pregados no seu hino é um assunto caro para a rede varejista. Por isso, frases da canção estão espalhadas pelas paredes da companhia.
  • 12. TV Luiza

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    Toda semana, o Magazine Luiza leva aos funcionários um programa de TV semanal sobre novidades, orientações e resultados da empresa, é a TV Luiza.
  • 13. Programação da casa

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    O informativo é transmitido ao vivo de um estúdio que fica no escritório de São Paulo. O conteúdo do projeto é elaborado pelos departamentos de Comunicação e Gestão de Pessoas, em parceiria com outras áreas da varejista. Já a produção e transmissão é feita por uma empresa terceirizada.
  • 14. Rádio Luiza

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    Nos mesmos moldes, há também a Rádio Luiza, que leva música e promoções aos consumidores de lojas da rede pelo Brasil. Antes da abertura das unidades, há também programas direcionados para os funcionários. A programação musical da rádio varia de região para região e é elaborada pela equipe de comunicação interna do grupo, no estúdio que fica em São Paulo. Lá, lideranças gravam os áudios específicos para os empregados, que são editados em outra unidade da rádio, em Franca.
  • 15. Pausa na rotina

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    Para espairecer, os funcionários da empresa podem jogar pebolim ou se exercitar.
  • 16. Para entrar em forma

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    A academia é aberta aos profissionais do escritório e funciona entre as 6h30 e as 8h30, entre as 12h e as 13h30 e entre as 18h15 e 20h. Ou seja: os empregados podem realizar atividades físicas no local antes e após o expediente e também no horário de almoço.
  • 17. Para cuidar da aparência

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    No local, há também um salão de beleza que funciona das 11h30 às 19h e oferece preços especiais para a equipe do Magazine Luiza. Para usá-lo, os trabalhadores negociam horários com suas lideranças.
  • 18. Conferências

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    No centro administrativo, há uma sala de treinamento, que também é usada para grandes reuniões. Na foto, gerentes comerciais realizam em São Paulo uma teleconferência com executivos de outros estados.
  • 19. O time

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    O Magazine Luiza emprega diretamente 24 mil pessoas, distribuídas em suas 736 lojas.
  • 20. Em 16 estados

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    As unidades estão presentes em 16 estados, que são representados por suas bandeiras no escritório administrativo de São Paulo.
  • 21. Decoração característica

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    A área dos funcionários de e-commerce é decorada com as abas do site de vendas da empresa.
  • 22. Cantinho reservado

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    No centro administrativo, há uma sala reservada especialmente para Luiza Trajano, fundadora da empresa e tia da presidente e sócia da companhia, Luiza Helena Trajano. Ocasionalmente, ela visita o local.
  • 23. Reconhecimento

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    Na entrada do escritório, ao lado da mascote da rede Varejista (a vendedora virtual Lu), os funcionários de destaque do mês ficam expostos para toda a equipe e visitantes.
  • 24. O tamanho

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    Juntos, a loja e o escritório do Magazine Luiza ocupam uma área de 3.000 m². A companhia abriu o seu capital em 2011 e é hoje uma das maiores varejistas do país.
  • 25. Agora conheça o escritório da dona da Smirnoff e da Guinness

    25 /25(Divulgação/Diageo)

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