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SoftBank surge como principal financiador de rivais do Uber

A SoftBank investiu na maior startup de transporte compartilhado do Brasil, a 99, e discute o apoio à concorrente americana do Uber, a Lyft, disseram fontes

Uber: suas rivais estão atacando em massa uma empresa em crise (Justin Chin/Bloomberg)

Uber: suas rivais estão atacando em massa uma empresa em crise (Justin Chin/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2017 às 16h18.

Hong Kong/Tóquio - O Uber corre o risco de perder outra grande fatia do mercado global.

O Grab, o principal fornecedor de serviços de transporte compartilhado do Sudeste Asiático, afirmou nesta segunda-feira que arrecadou US$ 2 bilhões da japonesa SoftBank e da chinesa Didi Chuxing e que espera receber mais US$ 500 milhões tanto de financiadores novos quanto dos atuais.

O dinheiro ajudará o Grab, que já domina a região, a defender seu território do Uber em um dos mercados internacionais mais importantes para a companhia de São Francisco após recuos na China e na Rússia.

As rivais do Uber estão atacando em massa uma empresa em crise. Uma série de escândalos no Uber culminou com a demissão do CEO Travis Kalanick, em junho, e ao mesmo tempo suas concorrentes na China, na Índia, no Brasil e em Cingapura levantaram um total próximo a US$ 9 bilhões para acelerar suas expansões.

O dinheiro, principalmente da SoftBank de Masayoshi Son, ameaça o esforço do Uber de conseguir um domínio global e sua avaliação de US$ 69 bilhões.

“Esta rodada de financiamento é uma grande ameaça ao Uber”, disse Zhou Xin, consultor de internet da Trustdata, que tem sede em Pequim. “Se o Uber perder o Sudeste Asiático, reduzirá significativamente sua proposta de valor como operação global.”

Os mercados internacionais têm sido brutais. O Uber vendeu seus negócios na China para a Didi após uma batalha feroz na qual, em determinado momento, cada uma das empresas queimava mais de um bilhão de dólares por ano enquanto disputavam motoristas e passageiros com grandes subsídios. O Uber negociou uma medida semelhante na Rússia neste mês em um momento em que busca reduzir seus prejuízos.

Agora, o Uber tenta competir em meio à turbulência em sua diretoria. Kalanick deixou a empresa após uma ação judicial da Waymo, da Alphabet, relacionada a segredos comerciais, uma investigação criminal nos EUA por uma ferramenta de software usada para driblar os órgãos reguladores e uma investigação sobre supostos casos de assédio sexual e discriminação. Vários chefes abaixo dele, incluindo o aliado Emil Michael, também deixaram a empresa.

“O Uber atende a milhões de motoristas e passageiros em mais de 55 cidades em todo o Sudeste Asiático e está se expandindo rapidamente para atender à grande demanda por transporte compartilhado e entrega de alimentos”, afirmou a empresa em comunicado enviado por e-mail. “Com o impulso regulatório positivo por trás do setor na região, estamos investindo continuamente no aplicativo e em equipes locais talentosas para garantir a melhor experiência para todos em todos os lugares onde operamos.”

Son, do SoftBank, surge como principal financiador da aliança contrária ao Uber. Em abril, ele liderou um investimento de US$ 5,5 bilhões na Didi com o objetivo de fornecer recursos para que a startup chinesa de transporte compartilhado invista em novas tecnologias e em expansão no exterior. A SoftBank também investiu na maior startup de transporte compartilhado do Brasil, a 99, e na indiana Ola, e discute o apoio à concorrente americana do Uber, a Lyft, disseram pessoas informadas sobre os planos.

A Grab, que é encabeçada por Anthony Tan, conseguiu uma liderança inicial no Sudeste Asiático. A empresa informou na segunda-feira que controla 95 por cento das reservas de táxis de terceiros da região, administra 71 por cento das reservas de veículos particulares e oferece quase 3 milhões de corridas diárias.

No entanto, a região pode ser um prêmio atraente demais para que o Uber ceda. O mercado de cerca de 620 milhões de pessoas, que se estende da Indonésia a Myanmar, deverá se multiplicar por cinco e atingir US$ 13 bilhões em 2025.

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