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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A desaceleração no ritmo de crescimento da economia mundial teve efeito imediato nas commodities, o que prejudica o desempenho do setor siderúrgico e das mineradoras. Levando em conta tal cenário, a Socopa revisou para baixo suas projeções referentes a Vale e suas ações.
O preço-teórico estimado em doze meses para as preferenciais da companhia (VALE5), que mantêm maior liquidez a bolsa, passou de 65,40 reais para 42,00 reais. Os papéis apresentavam alta de 1,65% e eram cotados a 33,19 reais, às 15h08.
As ordinárias (VALE3), por sua vez, viram seu preço-teórico cair de 76,00 reais para 49,00 reais. Nesta sessão, as ações sobiam 2,28%, negociadas a 38,96 reais. Apesar da revisão para baixo, a recomendação de compra dos papéis foi mantida para investidores de longo prazo.
Ajustes à economia desaquecida
Por outro lado, a corretora ressaltou que no curto prazo o cenário econômico continua sem perspectiva de melhora significativa. Em função do desaquecimento em nações desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa, e em emergentes, como China, grandes companhias do setor siderúrgico anunciaram cortes de produção.
Não demorou muito para que as mineradoras começassem a seguir tal tendência, a fim de reduzir a oferta e atenuar o impacto da queda de demanda nos preços de seus produtos. As companhias, porém, cedem aos poucos à pressão da redução dos preços.
A anglo-australiana Rio Tinto, por exemplo, aceitou reduzir os valores de seu minério de ferro vendido à japonesa Nippon Steel em um total de 33% a 44%, na renovação do contrato entre as duas empresas para o período entre 2009 e 2010. Os preços da Vale ainda se encontram em negociação.
Melhora em longo prazo
Apesar da desaceleração econômica ter atingido também nações em desenvolvimento, os analistas acreditam que a demanda por commodities em tais países continuará elevada nos próximos anos, o que daria suporte ao crescimento da Vale.
A companhia é a uma das poucas que, na visão da equipe, dispõe de capacidade ociosa para atender uma eventual demanda adicional, garantindo ganhos em participação de mercado e em sua receita.
"Nesse contexto, entendemos que a Vale, com sua presença global e seu portfólio diversificado de projetos, está bem posicionada para enfrentar este ano que deve ser marcado por forte retração na demanda", disse a corretora.