Sócios avaliam divisão da Usiminas
As empresas, conforme fontes próximas à siderúrgica, estariam focadas em viabilizar essa alternativa
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2016 às 09h13.
São Paulo - A falta de entendimento entre os controladores da Usiminas , Ternium/Techint e Nippon Steel, colocou a cisão da siderúrgica mineira de volta à mesa de negociação, sendo apontada agora como única solução para o imbróglio societário que já se arrasta há cerca de dois anos.
As empresas, conforme fontes próximas à siderúrgica, estariam focadas em viabilizar essa alternativa. Se essa intenção sair do papel, a unidade de Ipatinga ficaria com o grupo japonês e Cubatão, nas mãos do grupo ítalo-argentino.
Uma fonte próxima à Usiminas disse que essa saída, que já foi estudada entre as partes no início de 2014, se desenha como a única opção ao litígio.
Na época, um dos problemas apontados era que a Usiminas perderia competitividade, pois teria sua escala reduzida. Hoje, no entanto, a situação é outra, visto que a atividade primária em Cubatão está paralisada desde janeiro e a laminação por lá ocorre na medida em que há demanda.
O presidente do grupo Techint, Paolo Rocca, enviou carta ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, há cerca de duas semanas, em que admite que é necessário avaliar todas as alternativas possíveis, incluindo "possivelmente a venda das suas participações ou a separação de ativos e unidades de produção."
A alta cúpula dos dois grupos já teria discutido o assunto. Em fevereiro, afirmam fontes, os presidentes do grupo ítalo-argentino e da japonesa Nippon, Kosei Shindo, chegaram a tratar dessa alternativa.
Essa solução, disse uma fonte, não é de curto prazo, já que a separação demandaria a contratação de avaliações, por exemplo.
Entre as alternativas para essa divisão da Usiminas, disse uma fonte, está a Nippon comprar as ações da siderúrgica detidas pela Ternium, inicialmente. O segundo movimento se daria com a Usiminas vendendo a unidade de Cubatão à Ternium.
Essa divisão ficaria livre de dívidas, o que contribuiria para a capitalização da siderúrgica mineira.
Em uma cisão, a Usiminas teria de ser dividida em duas para depois haver uma troca de ações, processo que seria mais difícil e poderia demandar mais tempo.
A unidade de Ipatinga (MG) tem tecnologia da companhia japonesa embarcada e foco no setor automotivo, ao passo que Cubatão, que produz placas e possui canal de distribuição, seria de maior interesse para a Ternium.
Com esse centro de distribuição, a Ternium teria fácil conexão com suas unidades na Argentina e no México, por exemplo, e poderia buscar sinergias com a Tenaris Confab, que pertence ao grupo, e fica em Pindamonhangaba, em São Paulo.
A cisão, se confirmada, colocaria um ponto final do litígio entre os sócios, que até aqui não tem sinais de solução.
Além de ações da Justiça e representações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a crise da Usiminas chegou a envolver o governo de Minas Gerais, que interveio no momento em que se tornou pública a falta de caixa da empresa e o risco de recuperação judicial.
Aporte
Mais recentemente, Ternium e Nippon Steel não chegaram a um consenso em relação ao tamanho do aumento de capital da companhia, com a primeira defendendo um aporte de cerca de R$ 560 milhões e a segunda, de R$ 1 bilhão, sendo esta última proposta a que foi aprovada por maioria em reunião do conselho.
Procuradas, Usiminas, Ternium e Nippon Steel não comentaram.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - A falta de entendimento entre os controladores da Usiminas , Ternium/Techint e Nippon Steel, colocou a cisão da siderúrgica mineira de volta à mesa de negociação, sendo apontada agora como única solução para o imbróglio societário que já se arrasta há cerca de dois anos.
As empresas, conforme fontes próximas à siderúrgica, estariam focadas em viabilizar essa alternativa. Se essa intenção sair do papel, a unidade de Ipatinga ficaria com o grupo japonês e Cubatão, nas mãos do grupo ítalo-argentino.
Uma fonte próxima à Usiminas disse que essa saída, que já foi estudada entre as partes no início de 2014, se desenha como a única opção ao litígio.
Na época, um dos problemas apontados era que a Usiminas perderia competitividade, pois teria sua escala reduzida. Hoje, no entanto, a situação é outra, visto que a atividade primária em Cubatão está paralisada desde janeiro e a laminação por lá ocorre na medida em que há demanda.
O presidente do grupo Techint, Paolo Rocca, enviou carta ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, há cerca de duas semanas, em que admite que é necessário avaliar todas as alternativas possíveis, incluindo "possivelmente a venda das suas participações ou a separação de ativos e unidades de produção."
A alta cúpula dos dois grupos já teria discutido o assunto. Em fevereiro, afirmam fontes, os presidentes do grupo ítalo-argentino e da japonesa Nippon, Kosei Shindo, chegaram a tratar dessa alternativa.
Essa solução, disse uma fonte, não é de curto prazo, já que a separação demandaria a contratação de avaliações, por exemplo.
Entre as alternativas para essa divisão da Usiminas, disse uma fonte, está a Nippon comprar as ações da siderúrgica detidas pela Ternium, inicialmente. O segundo movimento se daria com a Usiminas vendendo a unidade de Cubatão à Ternium.
Essa divisão ficaria livre de dívidas, o que contribuiria para a capitalização da siderúrgica mineira.
Em uma cisão, a Usiminas teria de ser dividida em duas para depois haver uma troca de ações, processo que seria mais difícil e poderia demandar mais tempo.
A unidade de Ipatinga (MG) tem tecnologia da companhia japonesa embarcada e foco no setor automotivo, ao passo que Cubatão, que produz placas e possui canal de distribuição, seria de maior interesse para a Ternium.
Com esse centro de distribuição, a Ternium teria fácil conexão com suas unidades na Argentina e no México, por exemplo, e poderia buscar sinergias com a Tenaris Confab, que pertence ao grupo, e fica em Pindamonhangaba, em São Paulo.
A cisão, se confirmada, colocaria um ponto final do litígio entre os sócios, que até aqui não tem sinais de solução.
Além de ações da Justiça e representações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a crise da Usiminas chegou a envolver o governo de Minas Gerais, que interveio no momento em que se tornou pública a falta de caixa da empresa e o risco de recuperação judicial.
Aporte
Mais recentemente, Ternium e Nippon Steel não chegaram a um consenso em relação ao tamanho do aumento de capital da companhia, com a primeira defendendo um aporte de cerca de R$ 560 milhões e a segunda, de R$ 1 bilhão, sendo esta última proposta a que foi aprovada por maioria em reunião do conselho.
Procuradas, Usiminas, Ternium e Nippon Steel não comentaram.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.