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Sócio da Vale na África quer processar BTG e Agnelli

Negociação em curso para que o BTG e Agnelli assessorem o governo da Guiné sobre o destino da maior reserva inexplorada de minério no mundo é o que motiva o processo

O minério em Simandou, estimado em 5,5 bilhões de toneladas métricas, não fica longe do complexo da Vale em Carajás com 7,4 bilhões de toneladas (Eny Miranda/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 06h20.

São Paulo - O grupo israelense BSG Resources, sócio da Vale na África, procura advogados no Brasil para processar o banqueiro André Esteves , do BTG Pactual, e o empresário Roger Agnelli, ex-presidente da mineradora. O motivo é uma negociação em curso para que o banco e Agnelli passem a assessorar o governo da Guiné, na costa oeste da África, sobre o destino da mina de Simandou, a maior reserva inexplorada de minério de ferro do mundo.

Embora formalmente a negociação gire em torno de assessoria financeira e estratégica, os israelenses temem que o acordo seja abrangente o suficiente para que BTG e Agnelli tenham influência sobre todas as operações em Simandou - incluindo os direitos de exploração da VBG, joint venture entre BSG e Vale, na região. O minério em Simandou, estimado em 5,5 bilhões de toneladas métricas, não fica longe em tamanho do complexo da Vale em Carajás, no Pará, com 7,4 bilhões de toneladas.

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O presidente do BSG, Asher Avidan, está no Brasil desde quarta-feira e deve ir embora neta segunda-feira. Ele disse que já conversou com quatro grandes escritórios de advocacia e que pretende convencer a Vale a ser coautora na ação junto com ele. "O BTG e Agnelli chegaram pela porta de trás. Estão negociando com Alpha Mohamed Condé, filho do presidente da Guiné (Alpha Condé)."

O possível processo promete esquentar ainda mais a disputa pelas riquezas localizadas em um dos países mais pobres do mundo, com mais de 60% de analfabetismo e renda per capita equivalente a um décimo da brasileira.

Profissionais ligados ao BTG e a Agnelli afirmam que o BSG estaria equivocado, porque a proposta de consultoria se refere a uma área de Simandou pertencente à mineradora australiana Rio Tinto. "A proposta (do BTG) no início de julho falava sobre tudo em Simandou, e não apenas do lado da Rio Tinto", diz Avidan. "Senão, não haveria motivo para comprar essa briga."  As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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