Cruzeiro: segundo ONGs europeias, 203 navios do tipo na Europa emitiram mais de 10 milhões de toneladas de CO2 em 2017 (Costa Cruzeiros/Divulgação)
AFP
Publicado em 29 de novembro de 2019 às 13h57.
Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 14h02.
A indústria dos cruzeiros, muito criticada por poluir o meio ambiente, tenta lentamente se tornar mais verde com a exploração de novas tecnologias, de soluções híbridas a velas high-tech.
Os cruzeiro têm uma má reputação por sua pegada ecológica, especialmente por poluir a atmosfera. A grande maioria dos navios de cruzeiro é movida a combustível pesado, que é barato, mas cheio de substâncias tóxicas nocivas, como enxofre, nitrogênio e partículas finas, que aumentam o risco de doenças respiratórias e cardiovasculares.
O uso de combustíveis pesados é proibido atualmente na Antártica.
Segundo ONGs europeias, 203 navios de cruzeiro na Europa emitiram mais de 10 milhões de toneladas de CO2 em 2017, o equivalente às emissões anuais de Luxemburgo e Chipre.
O estudo também demonstrou que estes navios expeliram 20 vezes mais óxido de enxofre do que 260 milhões de carros em rodovias europeias.
Embora algum progresso esteja sendo feito, tudo ainda é lento.
"Apenas uma pequena proporção das frotas está se tornando mais limpa, enquanto a indústria continua, de longe, a depender de combustíveis pesados e falha ao usar tecnologia de exaustão", reportou a ONG europeia Nabu.
Segundo as novas regras da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), que entram em vigor em 1º de janeiro de 2020, o nível de enxofre permitido no combustível de navegação será limitado a 0,5%, exceto para navios equipados com filtros de gases de exaustão, conhecidos como "scrubbers", em comparação com os 3,5% permitidos atualmente.
Em algumas regiões, como nos Mares do Norte e Báltico, o nível máximo autorizado já é de 0,1%.
Até mesmo os "scrubbers" são controversos porque, em geral, a maioria dos estaleiros opta por um sistema aberto no qual, depois de separados os poluentes perigosos, são liberados no mar ao invés de serem estocados a bordo.
Vários países, especialmente na Europa e na Ásia, ou já baniram ou irão banir em breve os sistemas abertos em suas águas e portos.
De forma similar ao Prius, carro híbrido da Toyota, o navio tem dois jogos de bateria de íon-lítio que complementam os quatro motores a diesel.
As baterias fornecem a energia necessária para atender a picos de demanda sem ter precisar ligar outro motor e reduzem tanto o consumo de combustível quanto as emissões de CO2 em 20%, segundo a Hurtigruten.
Aguardado para ser entregue em 2021, a embarcação, que navegará até o Polo Norte geográfico, gerará zero emissões quando funcionar no modo elétrico, o que poderá fazer por várias horas.
Quando alternar para o modo GNL, as emissões de CO2 serão reduzidas em 25%, de óxido de nitrogênio em 85%, e de partículas finas em 95%, segundo a companhia. Assim como a Hurtigruten antes dela, o Ponant parou voluntariamente de usar combustível pesado em sua frota este ano.