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Smiles, da GOL, será empresa independente em 2013

Em busca de aperfeiçoamento de receita e possível aumento de capital, companhia aérea já cravou data para a investida: 1º de janeiro

Smiles será empresa independente a partir de 1º de janeiro de 2013 (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 11h32.

São Paulo - No primeiro dia útil de 2013, o Smiles passa a caminhar com suas próprias pernas. Incorporado pela GOL após a compra da Varig, em 2007, o programa de milhagem será uma empresa independente, seguindo o modelo adotado pela TAM com o Multiplus há três anos. A informação foi confirmada pelo presidente da empresa, Paulo Kakinoff, em conferência a jornalistas nesta manhã.

A investida deverá ajudar a GOL a aumentar sua receita com outras vias que não a venda direta de passagens. A consultoria Boston Consulting Group foi contratada pela companhia para estruturar o programa de fidelidade em janeiro deste ano. Ainda não foi definido se o Smiles será uma subsidiária da VRG Linhas Aéreas, controlada pela GOL, ou se será uma empresa irmã da VRG.

De qualquer forma, a GOL reforçou que a estratégia de segregar o Smiles "pode acrescentar valor na combinação dos negócios", além de oferecer uma "iniciativa de capitalização futura". Entre abril e maio de 2013, a possível abertura de capital da companhia deverá ser debatida no conselho da empresa.

A ida ou não à bolsa de valores será definida depois de avaliadas as condições do mercado para a operação. Se for para frente, o IPO poderá acontecer no segundo semestre de 2013, repetindo a bem sucedida decisão da TAM com o seu programa de fidelidade.

Hoje, o Multiplus vale 7,8 bilhões de reais na Bovespa, valor semelhante ao da própria TAM até o momento em que a empresa ainda era negociada na bolsa (depois da fusão com a LAN, a companhia passou a ter um código compartilhado, transacionado no Chile). Com a separação do negócio, a GOL planeja atingir feito semelhante. Atualmente, o valor de mercado da GOL é de 1,3 bilhão de reais.


Para tanto, a empresa vem incrementando a oferta de benefícios do programa. Em outubro, o Smiles criou uma plataforma para negócios online, o Smiles Shopping. Com ela, os usuários podem trocar seus pontos por cerca de 300.000 produtos e serviços de empresas como Natura, C&A, Pão de Açúcar e Netshoes. Em julho, a companhia também anunciou um voo para Miami exclusivo para os clientes do programa. Com 100% de adesão, a inciativa acabou ensejando o lançamento de voos regulares para todos os clientes da empresa para os destinos de Orlando, Miami e Santo Domingo.

Crescimento

O Smiles encerrou o último trimestre com 8,9 milhões de membros, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando considerado apenas o resgate de milhas para utilização em parceiros aéreos internacionais (Delta Air Lines, Air France, KLM e Qatar), o acréscimo foi de 53% nos primeiros nove meses do ano. A título de comparação, o Multiplus possui 10,5 milhões de participantes.

Lançados no país em meados dos anos 90, os programas de milhagem acabaram virando um filão para as companhias aéreas ao gerarem receitas adicionais em um setor afeito à volatilidade. Em 2009, por exemplo, a GOL fechou um acordo de 252 milhões de reais com o Banco do Brasil e Bradesco para a emissão de cartões de crédito com milhas da empresa. Pela estratégia, os bancos compram essas milhas com descontos expressivos para depois repassá-las aos donos dos cartões.

Nas companhias aéreas estrangeiras, receitas extras como essa têm um peso médio de 20% sobre o faturamento embolsado, diminuindo a exposição das empresas a fatores como a oscilação do câmbio e o aumento do combustível. Também entram nessa conta os recursos embolsados com a cobrança, por exemplo, de alimentos nos voos, assentos diferenciais e taxas de remarcação. Na GOL, esse ganhos subiram 7,7% de julho a setembro, chegando a 227,3 milhões de reais. O número representa 11,4% da receita líquida da companhia. Em três anos, a ideia é elevar o percentual para 15%. Ao que tudo indica, o crescimento do Smiles será determinante para fazer o plano decolar.

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São Paulo - No primeiro dia útil de 2013, o Smiles passa a caminhar com suas próprias pernas. Incorporado pela GOL após a compra da Varig, em 2007, o programa de milhagem será uma empresa independente, seguindo o modelo adotado pela TAM com o Multiplus há três anos. A informação foi confirmada pelo presidente da empresa, Paulo Kakinoff, em conferência a jornalistas nesta manhã.

A investida deverá ajudar a GOL a aumentar sua receita com outras vias que não a venda direta de passagens. A consultoria Boston Consulting Group foi contratada pela companhia para estruturar o programa de fidelidade em janeiro deste ano. Ainda não foi definido se o Smiles será uma subsidiária da VRG Linhas Aéreas, controlada pela GOL, ou se será uma empresa irmã da VRG.

De qualquer forma, a GOL reforçou que a estratégia de segregar o Smiles "pode acrescentar valor na combinação dos negócios", além de oferecer uma "iniciativa de capitalização futura". Entre abril e maio de 2013, a possível abertura de capital da companhia deverá ser debatida no conselho da empresa.

A ida ou não à bolsa de valores será definida depois de avaliadas as condições do mercado para a operação. Se for para frente, o IPO poderá acontecer no segundo semestre de 2013, repetindo a bem sucedida decisão da TAM com o seu programa de fidelidade.

Hoje, o Multiplus vale 7,8 bilhões de reais na Bovespa, valor semelhante ao da própria TAM até o momento em que a empresa ainda era negociada na bolsa (depois da fusão com a LAN, a companhia passou a ter um código compartilhado, transacionado no Chile). Com a separação do negócio, a GOL planeja atingir feito semelhante. Atualmente, o valor de mercado da GOL é de 1,3 bilhão de reais.


Para tanto, a empresa vem incrementando a oferta de benefícios do programa. Em outubro, o Smiles criou uma plataforma para negócios online, o Smiles Shopping. Com ela, os usuários podem trocar seus pontos por cerca de 300.000 produtos e serviços de empresas como Natura, C&A, Pão de Açúcar e Netshoes. Em julho, a companhia também anunciou um voo para Miami exclusivo para os clientes do programa. Com 100% de adesão, a inciativa acabou ensejando o lançamento de voos regulares para todos os clientes da empresa para os destinos de Orlando, Miami e Santo Domingo.

Crescimento

O Smiles encerrou o último trimestre com 8,9 milhões de membros, um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando considerado apenas o resgate de milhas para utilização em parceiros aéreos internacionais (Delta Air Lines, Air France, KLM e Qatar), o acréscimo foi de 53% nos primeiros nove meses do ano. A título de comparação, o Multiplus possui 10,5 milhões de participantes.

Lançados no país em meados dos anos 90, os programas de milhagem acabaram virando um filão para as companhias aéreas ao gerarem receitas adicionais em um setor afeito à volatilidade. Em 2009, por exemplo, a GOL fechou um acordo de 252 milhões de reais com o Banco do Brasil e Bradesco para a emissão de cartões de crédito com milhas da empresa. Pela estratégia, os bancos compram essas milhas com descontos expressivos para depois repassá-las aos donos dos cartões.

Nas companhias aéreas estrangeiras, receitas extras como essa têm um peso médio de 20% sobre o faturamento embolsado, diminuindo a exposição das empresas a fatores como a oscilação do câmbio e o aumento do combustível. Também entram nessa conta os recursos embolsados com a cobrança, por exemplo, de alimentos nos voos, assentos diferenciais e taxas de remarcação. Na GOL, esse ganhos subiram 7,7% de julho a setembro, chegando a 227,3 milhões de reais. O número representa 11,4% da receita líquida da companhia. Em três anos, a ideia é elevar o percentual para 15%. Ao que tudo indica, o crescimento do Smiles será determinante para fazer o plano decolar.

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