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Sinta-se em casa

O executivo paulista Júlio Andery, de 33 anos, participa de reuniões e circula descalço pelos corredores da subsidiária brasileira do grupo Lowe, a quinta maior agência de publicidade do mundo. Ao mesmo tempo, funcionários se esticam num sofá vermelho enquanto assistem à TV ou fumam. Há também uma sala de massagem onde qualquer funcionário ou […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O executivo paulista Júlio Andery, de 33 anos, participa de reuniões e circula descalço pelos corredores da subsidiária brasileira do grupo Lowe, a quinta maior agência de publicidade do mundo. Ao mesmo tempo, funcionários se esticam num sofá vermelho enquanto assistem à TV ou fumam. Há também uma sala de massagem onde qualquer funcionário ou visitante passa cerca de 20 minutos relaxando. Uma mesa de pebolim fica no centro da área de criação, ao lado de um espaço reservado para reuniões. São mais ou menos 4 horas da tarde e a Lowe mais parece uma república estudantil sofisticada. Falta de trabalho? Não, muito pelo contrário. Os 136 funcionários da agência passam, no mínimo, dez horas por dia no escritório. Muitas vezes têm de estender o expediente até a madrugada, ocupados na criação de anúncios para clientes como Renault, Unilever e Banco do Brasil.

A simbiose entre escritório e casa é, portanto, proposital. Tem como objetivo tornar mais palatável um ambiente de trabalho cada vez mais exigente e estressante. (Um modelo semelhante de informalidade tornou-se popular no fim da década de 90, com o surgimento das empresas ponto-com no Vale do Silício, o berço da internet.) "Não vamos chicotear nem apertar a cabeça de todo mundo para tirar uma gotinha de criatividade", diz Andery, um dos quatro diretores de criação da Lowe. "Aqui, partimos do princípio de que as pessoas têm de se sentir bem." Criatividade é a essência de qualquer agência de publicidade. E os executivos da empresa descobriram o óbvio: não há criatividade possível num ambiente de opressão.

Até maio do ano passado, a Lowe, localizada na zona sul de São Paulo, era um ambiente convencional, com escritórios separados por baias. Hoje, a área de 2 470 metros quadrados está livre de divisórias. O objetivo é melhorar o fluxo de comunicação entre os funcionários e as áreas de criação, mídia e atendimento. "Numa linha reta, em pouco espaço, temos acesso a todos os profissionais de produção da agência", diz Andery. "Está tudo ao alcance das mãos."

A sala de convivência -- lugar onde, a qualquer hora do dia ou da noite, os funcionários podem fazer uma pausa para assistir a filmes, ouvir música, fumar, comer ou descansar -- tem divisórias modulares, fáceis de remover, que a une às salas de reunião. Juntas, elas têm capacidade para abrigar aproximadamente 500 pessoas, o que permite a realização de coquetéis, palestras e, às sextas-feiras, happy hours com música ao vivo.

Até que ponto a ultrapassagem das fronteiras entre o ambiente de trabalho e a casa é realmente boa? "Não acredito que tentar recriar o ambiente doméstico seja positivo", diz Maria Forbes, consultora organizacional especialista em qualidade de vida. "É necessário resguardar cada tipo de espaço, mas a maior parte das empresas ainda tem de encontrar um ponto de equilíbrio."

Lowe

ATUAÇÃO:
publicidade

FUNCIONARIOS: 136

CONCEITO: ambiente doméstico no local de trabalho

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