Com a aprovação da Comissão Européia, em meados de julho, a Siemens recebeu o sinal verde para concluir a aquisição da austríaca VA Tech, numa operação que terá impactos também no Brasil. A união das duas empresas garantirá à Siemens 30% do mercado brasileiro de transmissão e distribuição de energia. Antes do negócio, a Siemens detinha 18% do setor no país.

A VA Tech mantém cerca de 200 funcionários no Brasil dedicados a esse setor e locados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. A empresa também possui uma fábrica de equipamentos elétricos em Itajaí, Santa Catarina. Já a unidade de Energia da Siemens, no Brasil, conta com 8 200 empregados e 12 fábricas. No último exercício fiscal (encerrado em outubro de 2004), a companhia faturou 771,16 milhões de reais e atingiu uma carteira de pedidos de 802,62 milhões de reais.

Segundo a empresa, nesse período, as vendas de transformadores para os Estados Unidos aumentaram. Contratos também foram assinados com empresas do Chile e de outros países latino-americanos.

Os primeiros passos para a aquisição da VA Tech foram dados em fevereiro deste ano, quando a Siemens realizou uma oferta pública de compra das ações da empresa austríaca, por um preço de 65 euros por papel. A proposta recebeu a adesão de mais de 90% dos acionistas da VA Tech. Em seguida, as autoridades antitruste dos Estados Unidos, da União Européia e do Canadá iniciaram a análise da operação. Foi determinado que, até a conclusão do processo, nenhuma medida de integração entre as empresas deveria ser implementada.

A Siemens já possuía 16% da VA Tech. Com a oferta, sua participação subiu para 97,15%. Além da unidade de transmissão e distribuição de energia, a companhia alemã também passará a controlar os negócios de metalurgia e infra-estrutura da empresa. A União Européia determinou, porém, que a divisão de geração de energia hidrelétrica da VA Tech seja vendida pela Siemens, a fim de evitar a concentração de mercado nesse setor.