Imagem de arquivo: A Shell é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil e principal parceira da Petrobras no pré-sal, (Marcos Brindicci/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 12h54.
Londres - A Shell cedeu à crescente pressão dos investidores sobre mudanças climáticas nesta segunda-feira, delineando planos para estabelecer metas de curto prazo para reduzir sua pegada de carbono.
A BP e a Total já definiram metas de curto prazo, mas o CEO da Shell, Ben van Beurden, havia resistido anteriormente a estabelecer metas difíceis, dizendo que seria "imprudente" expor a Shell a questões legais.
Mas, após discussões com investidores, a gigante de petróleo e gás anglo-holandesa disse que, a partir de 2020, estabelecerá metas de três a cinco anos todos os anos, o que incluirá metas específicas de pegada de carbono.
Os acionistas criticaram a Shell no ano passado, por ter estabelecido "ambições" de longo prazo para reduzir pela metade suas emissões de dióxido de carbono até 2050, mas sem propor metas para a implementação.
A Shell, que não especificou nenhum número nesta segunda-feira, planeja vincular essas metas e outras medidas à sua política de remuneração dos executivos. A política revisada de remuneração será submetida aos acionistas para aprovação em sua reunião anual em 2020.
A Shell já vinculou 10 por cento da remuneração dos executivos à redução das emissões de carbono das operações da empresa.
Os novos alvos vão além, incorporando as emissões de CO2 da queima de combustível dos consumidores, incluindo milhões de motoristas que usam combustíveis da Shell, o que é conhecido como emissões do Escopo 3, disse uma porta-voz da Shell.
As emissões do Escopo 3 para a Shell e seus pares excedem em muito as emissões das operações da empresa, apelidadas de Escopo 1 e 2.
"Estamos dando passos importantes para transformar nossa ambição de Pegada de Carbono Líquida em realidade ao estabelecer metas de curto prazo", disse Ben van Beurden em um comunicado.
A Shell começará a publicar dados sobre sua pegada de carbono líquida, incluindo as emissões do Escopo 3, no relatório de sustentabilidade de 2019, de acordo com a porta-voz.
A empresa é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil e principal parceira da Petrobras no pré-sal, além de ser sócia da Cosan na Raízen, que atua na distribuição de combustíveis e na produção de açúcar e etanol.