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Sete Brasil tem 30 dias para evitar resgate de garantias

Atingida pela Operação Lava Jato, a Sete Brasil tem um prazo de 30 dias para evitar que banco britânico consiga resgatar garantias de empréstimo

Standard Chartered: o banco já solicitou a retirada das garantias ao Fundo Garantidor da Construção Naval (Simon Dawson/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2015 às 16h56.

Rio - Atingida pelos efeitos da Operação Lava Jato , com dificuldade de execução e financiamento de projetos de construção naval, a Sete Brasil tem um prazo de 30 dias para evitar que um de seus credores, o banco britânico Standard Chartered, consiga resgatar as garantias de um empréstimo feito à empresa brasileira.

O banco já solicitou a retirada das garantias ao Fundo Garantidor da Construção Naval, gerido pela Caixa, que tem um mês para dar um parecer.

Em nota, a Sete Brasil confirmou nesta sexta-feira, 20, que foi notificada pelo banco do pedido de resgate das garantias.

No curto comunicado, a empresa diz que "acredita que encontrará solução para o recebimento de financiamento de longo prazo - etapa prevista desde a concepção do projeto - atendendo todas as partes e, assim, reverter a decisão do banco".

O financiamento de longo prazo está parado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde novembro, quando venceram os primeiros títulos de dívida da empresa. Ao todo, o financiamento prometido pelo banco desde 2010 era de US$$ 9 bilhões.

Parte desse montante já foi liberado na forma de empréstimo ponte, para iniciar as encomendas de sondas contratadas pela Petrobras.

Entretanto, com uma nova diretriz econômica menos afeita aos empréstimos via BNDES e com a eclosão da Operação Lava Jato - que apura irregularidades nos contratos das empresas com estaleiros ligados às empreiteiras -, a companhia vem agonizando à espera de socorro para cumprir seus compromissos financeiros.

Desde novembro, tem recorrido a bancos para rolar as dívidas com os investidores internacionais.

A Caixa já liberou empréstimo de R$ 300 milhões.

A empresa também recorreu a investidores internacionais que injetaram R$ 2,6 bilhões como empréstimo ponte, que tinha parcelas com vencimento nesta semana. Como não houve pagamento, o Standard Chartered acionou, nesta semana, o Fundo Garantidor para evitar prejuízos.

Com o movimento, o temor na companhia é que outros bancos tomem iniciativa semelhante, levando-a à falência.

Além dos prejuízos financeiros, a quebra da Sete Brasil afetaria diretamente o plano de negócios da Petrobras. A estatal tem encomendas de 26 sondas com a parceira, que foi criada em 2010 como um 'braço' da estatal com a finalidade de atender à carteira de encomendas da petroleira para a exploração do pré-sal.

A previsão era que as primeiras sondas fossem entregues já este ano - duas estão em fase final de construção.

A Petrobras já estuda reduzir à metade as contratações, a fim de limitar a exposição ao risco com a empresa.

Com novos atrasos na entrada em operação das sondas, a curva de produção da estatal sofrerá novo baque e afetará ainda mais sua capacidade de geração de caixa.

Ainda assim, a execução das dívidas de credores põe mais dúvidas no imbróglio criado para a construção das plataformas.

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Rio - Atingida pelos efeitos da Operação Lava Jato , com dificuldade de execução e financiamento de projetos de construção naval, a Sete Brasil tem um prazo de 30 dias para evitar que um de seus credores, o banco britânico Standard Chartered, consiga resgatar as garantias de um empréstimo feito à empresa brasileira.

O banco já solicitou a retirada das garantias ao Fundo Garantidor da Construção Naval, gerido pela Caixa, que tem um mês para dar um parecer.

Em nota, a Sete Brasil confirmou nesta sexta-feira, 20, que foi notificada pelo banco do pedido de resgate das garantias.

No curto comunicado, a empresa diz que "acredita que encontrará solução para o recebimento de financiamento de longo prazo - etapa prevista desde a concepção do projeto - atendendo todas as partes e, assim, reverter a decisão do banco".

O financiamento de longo prazo está parado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desde novembro, quando venceram os primeiros títulos de dívida da empresa. Ao todo, o financiamento prometido pelo banco desde 2010 era de US$$ 9 bilhões.

Parte desse montante já foi liberado na forma de empréstimo ponte, para iniciar as encomendas de sondas contratadas pela Petrobras.

Entretanto, com uma nova diretriz econômica menos afeita aos empréstimos via BNDES e com a eclosão da Operação Lava Jato - que apura irregularidades nos contratos das empresas com estaleiros ligados às empreiteiras -, a companhia vem agonizando à espera de socorro para cumprir seus compromissos financeiros.

Desde novembro, tem recorrido a bancos para rolar as dívidas com os investidores internacionais.

A Caixa já liberou empréstimo de R$ 300 milhões.

A empresa também recorreu a investidores internacionais que injetaram R$ 2,6 bilhões como empréstimo ponte, que tinha parcelas com vencimento nesta semana. Como não houve pagamento, o Standard Chartered acionou, nesta semana, o Fundo Garantidor para evitar prejuízos.

Com o movimento, o temor na companhia é que outros bancos tomem iniciativa semelhante, levando-a à falência.

Além dos prejuízos financeiros, a quebra da Sete Brasil afetaria diretamente o plano de negócios da Petrobras. A estatal tem encomendas de 26 sondas com a parceira, que foi criada em 2010 como um 'braço' da estatal com a finalidade de atender à carteira de encomendas da petroleira para a exploração do pré-sal.

A previsão era que as primeiras sondas fossem entregues já este ano - duas estão em fase final de construção.

A Petrobras já estuda reduzir à metade as contratações, a fim de limitar a exposição ao risco com a empresa.

Com novos atrasos na entrada em operação das sondas, a curva de produção da estatal sofrerá novo baque e afetará ainda mais sua capacidade de geração de caixa.

Ainda assim, a execução das dívidas de credores põe mais dúvidas no imbróglio criado para a construção das plataformas.

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