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Sete Brasil ganha prazo para quitar dívida

Uma das exigências para dar um novo prazo à companhia foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos


	BNDES: uma das exigências para dar um novo prazo à companhia foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos
 (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: uma das exigências para dar um novo prazo à companhia foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 12h12.

Brasília - Os bancos credores da Sete Brasil, criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal, fecharam acordo na terça-feira, 26, para prorrogar por quatro meses a dívida da empresa, que já chega a R$ 14 bilhões.

Uma das exigências para dar um novo prazo à companhia foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

O pagamento será feito com recursos do Fundo de Garantias para a Construção Naval (FGCN), administrado pela Caixa Econômica Federal.

Depois que assumiu o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa entrou em campo na "gestão da crise" para fechar a negociação que deu uma chance à empresa, que estava fadada a entrar em recuperação judicial por não ter caixa para pagar os credores.

De acordo com uma fonte envolvida nas negociações, Barbosa teve papel decisivo para evitar que os principais bancos do País iniciassem uma guerra judicial envolvendo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Petrobras pela provável quebra da fornecedora.

Para os credores e os sócios da companhia, havia uma lacuna por parte da equipe econômica, que se mantinha distante do imbróglio, embora a criação da Sete tenha sido um projeto bilionário lançado pelo governo.

"Caso não houvesse uma ação do governo, haveria uma judicialização já", afirmou uma fonte. Agora, pelo menos, a empresa terá um prazo maior, mesmo que não descarte a possibilidade de recuperação judicial.

Distribuição

A parcela que cada instituição vai receber é proporcional aos desembolsos feitos à companhia. Do valor inicial de R$ 12 bilhões, o maior financiador foi o Banco do Brasil, com empréstimos que superaram R$ 3 bilhões.

Bradesco, Itaú BBA e Santander liberaram em torno de R$ 2 bilhões cada um. A Caixa ficou com R$ 1,5 bilhão e o Standard Chartered - que já executou a garantia - com a menor parte, US$ 250 milhões.

O valor que será pago como garantia representa entre 27% e 28% do total das garantias dadas pelo FGCN, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Trata-se da sétima vez que os credores dão mais prazo para que a empresa pague a sua dívida. O FGCN só tem recursos para cobertura de R$ 4,5 bilhões do total dos empréstimos-ponte.

A Sete Brasil foi criada por iniciativa da Petrobras para que fabricasse e administrasse 28 sondas do pré-sal. A petroleira, no entanto, reduziu o número de embarcações para 15 num primeiro momento.

Agora, discute-se um novo corte, para apenas seis sondas. A Sete Brasil ainda está envolvida nas investigações de corrupção da Operação Lava Jato, o que fez com que a área técnica da Petrobras aumentasse as exigências para fechar acordo com a companhia.

Alguns sócios chegaram a sugerir entrar com recuperação judicial para forçar a Petrobras a fechar uma proposta. O fundo de pensão da petroleira, o Petros, e o Santander - sócios da Sete - recusaram a proposta com o argumento de que pioraria a situação da companhia.

Além do Petros e do Santander, também são sócios da Sete os fundos de pensão da Vale (Valia), da Caixa (Funcef), do Banco do Brasil (Previ), e os bancos Bradesco e BTG Pactual. Se a empresa entrasse em recuperação judicial, como queriam os outros sócios, a garantia não seria paga pelo FGCN.

O sindicato dos bancos que emprestou o dinheiro à companhia queria entrar na Justiça contra o BNDES, que se recusou a liberar até mesmo a primeira parcela dos US$ 9,3 bilhões previstos no financiamento de longo prazo.

Sem o BNDES, o sindicato dos bancos montou um novo modelo de financiamento com o enxugamento da Sete e tentava o ingresso de novos acionistas do exterior. 

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