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Serviço de aviação "VIP" da família Klein já pode voar

Criada em 2012 a partir de aeronaves e hangares anteriormente usados pela Casas Bahia, a empresa já recebeu investimentos de R$ 28 milhões


	Hangar da CBair: o foco de Klein é oferecer um serviço VIP de transporte aéreo para executivos de grandes empresas pelo Brasil e exterior
 (Divulgação/Grupo CB)

Hangar da CBair: o foco de Klein é oferecer um serviço VIP de transporte aéreo para executivos de grandes empresas pelo Brasil e exterior (Divulgação/Grupo CB)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 10h31.

São Paulo - A CBair, empresa de aviação executiva da família Klein, acaba de receber a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a voar.

Criada em 2012 a partir de aeronaves e hangares anteriormente usados pela Casas Bahia, a empresa já recebeu investimentos de R$ 28 milhões.

À frente do negócio está o empresário Michael Klein, que já cita antigos concorrentes, como as varejistas Máquina de Vendas e Magazine Luiza, como potenciais clientes de sua nova empresa.

O foco de Klein é oferecer um serviço VIP de transporte aéreo para executivos de grandes empresas pelo Brasil e exterior.

"Diversas companhias, como o Magazine Luiza ou a Máquina de Vendas, ainda precisam que seus executivos se desloquem rapidamente pelo Brasil", disse Klein.

"Criamos uma estrutura própria para fazer isso na Casas Bahia no passado, mas hoje a tendência nas empresas é de desinvestimento nesses ativos e contratação de companhias especializadas em transporte aéreo."

A Casas Bahia, fundada por Samuel Klein, pai de Michael, montou uma estrutura para transporte aéreo há quase 20 anos para dar suporte ao plano de expansão da empresa por todo o Brasil.

Os ativos de aviação que antigamente estavam a serviço da Casas Bahia não entraram na fusão da empresa com o Grupo Pão de Açúcar, anunciada em 2009.

Os hangares e as aeronaves foram incorporados ao grupo CB, que reúne os negócios da família Klein. O grupo também é dono de uma gestora de ativos imobiliários, com cerca de 400 imóveis na carteira.

Estrutura

A CBair nasce com três helicópteros e quatro aviões na sua frota. No momento, só um dos helicópteros pode fazer voos fretados. As demais aeronaves já pertencem à empresa, mas dependem de homologação da Anac para entrar em operação.

A frota pode ficar ainda maior. Klein também quer administrar aeronaves de terceiros (em geral, de empresas interessadas em terceirizar a gestão de seus aviões) e negocia a compra de dois jatos Phenom 300 da Embraer.

No plano de negócios da empresa, a meta é atingir um faturamento de R$ 18 milhões no primeiro ano.

Além dos aviões, a CBair também tem hangares nos aeroportos de Sorocaba e Campo de Marte e dois helipontos em Alphaville e São Caetano do Sul.

A empresa também estuda a possibilidade de manter hangares no Rio, em Jundiaí e em São Roque, no aeroporto de aviação executiva em construção pela incorporadora JHSF.

Concorrência

Com a CBair, a família Klein ingressa em um negócio de operação complexa e com alta concorrência. Os trâmites para conseguir o aval da Anac para lançar a empresa demoraram mais do que o esperado e inviabilizaram a oferta do serviço de fretamento durante a Copa do Mundo.

Hoje, quase 200 empresas oferecem o serviço de táxi aéreo no Brasil, segundo dados de janeiro da Anac. A maioria delas é de pequeno porte e atua regionalmente com serviços que variam de fretamento de aviões para executivos a UTI aérea e serviços para órgãos públicos como a Funai.

O setor não vive um bom momento, afirma Milton Arantes, presidente da Associação Brasileira de Táxis Aéreos (Abtaer), entidade que reúne cerca de 80 empresas do setor.

"A regulação é muito pesada, existe uma concorrência desleal com os táxis aéreos piratas e a alta do dólar prejudica o setor. Nosso custo é em dólar, mas a receita é em real", disse Arantes.

A empresa de Klein será focada no segmento executivo e pretende oferecer um "serviço VIP" para os clientes, com atendimento personalizado. Nesse segmento, a CBair deve enfrentar concorrentes maiores e com mais tradição nesse mercado.

A Líder Aviação, por exemplo, está no ramo há 56 anos e soma100 aeronaves para fretamento e 23 bases operacionais. Outra concorrente de peso é a Global Aviation, empresa criada a partir da fusão de outras três companhias e que tem 30 aeronaves para fretamento.

Klein, no entanto, não vê as empresas como concorrentes. "Quero fazer parceria com eles para melhorar o aproveitamento das aeronaves." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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