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Ser Educacional vai à Justiça após ser preterida pela Laureate

Companhia diz que houve divergência no processo de aquisição da Laureate a respeito do direito de 'go-shop'

Aula da Ser Educacional: uso do EaD por outras instituições pode trazer uma visão mais positiva sobre a modalidade no longo prazo (Ser/Divulgação)

Aula da Ser Educacional: uso do EaD por outras instituições pode trazer uma visão mais positiva sobre a modalidade no longo prazo (Ser/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 12h12.

Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 18h46.

A companhia de educação Ser Educacional divulgou hoje comunicado em que diz que houve divergência no processo de aquisição da Laureate e que o assunto será discutido judicialmente. No Brasil, a Laureate é dona das faculdades Anhembi Morumbi e FMU. É hora de seguir investindo em ações de educação? Monte a melhor estratégia com os especialistas da EXAME Research

O comuniucado vem após a Laureate divulgar que recebeu proposta superior da Ânima Educação. A companhia diz que pretende rescindir seu contrato de transação com a Ser o mais rápido possível e entrar em um contrato definitivo com a Ânima.

O ponto da discórdia é o exercício do direito de 'go-shop', previsto na proposta de aquisição feita pela Ser à Laureate. A Ser, fundada e presidida por Janguiê Diniz,  entrou com pedido de tutela cautelar obteve decisão favorável na Justiça, o que, segundo a companhia, mantém seu acordo “válido e eficaz”.

Pelo acordo, firmado em setembro, a Laureate teria até o dia 13 de outubro para receber propostas de terceiros (“go-shop”) para sua aquisição.

Após a divulgação do acordo para aquisição, a Yduqs divulgou comunicado no qual dizia acreditar que tem condições de apresentar uma proposta mais atraente do que a da Ser pelos ativos da Laureate. A Ânima também entrou no páreo.

Hoje, a Laureate disse que a oferta da Ânima é 500 milhões de reais superior à da Ser, e por isso está encerrando as conversas com a empresa de Diniz.

No dia 14 de outubro, a Ser divulgou que recebeu da Laureate cópia de termos e condições de uma oferta de terceiro para a aquisição dos ativos. Na ocasião, a empresa afirmou que analisava a oferta para verificar “se houve cumprimento dos termos e condições previstos no âmbito dos documentos da Transação e se a referida oferta de terceiro configura de fato uma proposta mais vantajosa nos termos do Transaction Agreement”.

No comunicado a companhia lembra que a Ser tem “o direito de, a seu exclusivo critério, igualar a possível oferta mais vantajosa (right to match) ou, se assim não o desejar, exigir o pagamento, por parte da Laureate, de uma multa rescisória no valor de 180 milhões de reais".

A proposta da Ânima

A Laureate Internacional divulgou nesta quarta-feira que recebeu uma oferta da Ânima Educação superior ao seu acordo com a Ser e que “irá combater os contenciosos iniciados pela Ser Educacional”.

Segundo a Laureate, a proposta da Ânima é aproximadamente 500 milhões de reais maior que a feita pela Ser. Além disso, a Ânima pagará a taxa rescisória de 180 milhões de reais devida à Ser.

A Laureate diz que pretende rescindir seu contrato de transação com a Ser o mais rápido possível e entrar em um contrato definitivo com a Ânima.

Ainda de acordo com o comunicado, a Laureate notificou a Ser no dia 13 de outubro a respeito da proposta concorrente e superior. Segundo a Laureate, a Ser tinha o direito, por um período de cinco dias úteis, de fazer uma contra proposta.

“Em 20 de outubro de 2020, em vez de apresentar uma proposta de casamento antes do término do período de jogo, a Ser informou a Laureate que havia obtido uma liminar parcial e temporária exclusivamente com relação à rescisão do contrato de transação”, diz a companhia.

A Laureate afirma que “pretende exercer vigorosamente seu direito de rescindir o contrato de transação com a Ser e concluir a venda de suas operações brasileiras de acordo com os termos da proposta superior”.

Quem levar a Laureate vai terá um incremento de cerca de 267 mil alunos. Um ativo escasso em um mercado de educação que tem tido problemas para aumentar o número de alunos em cursos presenciais – os mais caros e rentáveis – em meio à pandemia do novo coronavírus.

 

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